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Mecanismo Internacional anuncia prisão de suspeito de genocídio em Ruanda

Sobreviventes do genocídio no local do genocídio de Mwurire, em Ruanda. (1998)
UN Photo/Milton Grant
Sobreviventes do genocídio no local do genocídio de Mwurire, em Ruanda. (1998)

Mecanismo Internacional anuncia prisão de suspeito de genocídio em Ruanda

Assuntos da ONU

Fulgence Kayishema foi acusado de orquestrar assassinato de cerca de 2 mil refugiados incluindo mulheres, crianças e idosos da etnia tutsi na Igreja Católia de Nyange, em 1994; ele foi preso na África do Sul após mais de 20 anos foragido.

Um suspeito de participar do genocídio dos tutsis em Ruanda, em 1994, foi preso na África do Sul. Fulgence Kayishema era um dos foragidos mais procurados por crimes de genocídio do mundo. Ele foi detido na quarta-feira. 

Kayishema estava sendo procurado há mais de 20 anos e foi capturado por uma operação conjunta do Escritório do Promotor do Mecanismo Internacional Residual de Tribunais Penais e pelas autoridades sul-africanas. 

Crime mais sério contra humanidade 

Kayishema é acusado de participar do assassinato de quase 2 mil refugiados tutsis incluindo homens, mulheres, crianças e idosos na Igreja Católica Nyange, durante o genocídio dos tutsis em Ruanda.   

Monumento em memória do genocídio de 1994 contra os tutsis em Ruanda nas Nações Unidas, em Genebra.
UN Photo/Violaine Martin
Monumento em memória do genocídio de 1994 contra os tutsis em Ruanda nas Nações Unidas, em Genebra.

Ele estava foragido desde 2001 e tinha um mandado de prisão pelo Tribunal Penal Internacional para Ruanda.  

O promotor-chefe Serge Brammertz disse que a prisão de Fulgence Kayishema assegura que finalmente a justiça será feita pelos crimes, que ele alegadamente teria cometido. 

Mensagem forte 

Brammertz lembrou que o genocídio é o crime mais sério contra a humanidade e a comunidade internacional se comprometeu com assegurar que os autores sejam julgados e punidos. 

Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou a prisão de Kayishema na África do Sul. Para o líder das Nações Unidas, a detenção é uma mensagem forte de que autores desses crimes não escaparão da justiça, mesmo que seja mais de 25 anos depois. 

Guterres disse que seus pensamentos estão com as vítimas de Fulgence Kayishema e de outros crimes internacionais sérios.  

Para ele, acabar com a impunidade é essencial para a paz, a segurança e a justiça.