Dia do Património Mundial Africano destaca exemplos de sítios inscritos
Unesco quer participação massiva nas celebrações de 5 de maio e no Fórum Juvenil do Patrimônio Mundial Africano; Reino de Marrocos será palco do encontro da nova geração de defensores; pontos de referência ou areas de significado cultural, histórico ou científico podem beneficiar do estatuto.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura anuncia apoio logístico aos Estados africanos que estejam interessados a apresentar, pelo menos, um pedido de inclusão na Lista do Património Mundial com carater científico até 2025
A ação visa ajudar no reconhecimento do património africano e facilitar o enriquecimento do Património Mundial e surge em meio a comemoração do Dia do Património Mundial Africano assinalado este 5 de maio.
Cooperação internacional
A data marca igualmente 50 anos da convenção do Património Mundial, que continua a ser considerada pedra angular da cooperação internacional.
Em mensagem, a diretora geral da Unesco enalteceu o valor excepcional do Património Africano e disse que ainda não é reconhecido de acordo com a sua verdadeira importância histórica, humana e natural. A África Subsaariana responde por apenas um décimo dos sítios inscritos no Património Mundial da Unesco.
Audrey Azoulay justificou que a Unesco fez do continente o foco da sua estratégia de Património Mundial para contrariar esta situação e atribuir respeito devido as obras humana e de natureza encontradas na África.
Imperio do Mali
O que leva a repensar como como implementar a Convenção para lidar com os desafios dos próximos 50 anos, face ao ideal de universalidade na singularidade, que é o fundamento do Património Mundial.
Segundo ela, é devido à sua particularidade, diversidade e riqueza que o Património Africano é universal e chama a atenção. Os exemplos incluem as oito mesquitas de estilo sudanês na Cote d’Ivoire ou Costa do Marfim que entraram para a lista no ano passado.
Os contrafortes de terra erguem-se diante do público encantado, incorporando a prosperidade do Império do Mali e o volume das trocas materiais e intelectuais que prosperaram no coração do Saara durante séculos.
Azoulay referiu também o Parque Ivindo no Gabão, também inscrito no ano passado e que serve de refúgio ao elefante da floresta, ao crocodilo do focinho longo e a inúmeras outras espécies em vias de extinção. O sítio recorda a emergência climática que o planeta enfrenta.
Sítios em perigo
Para manter os serviços que os sítios prestam, a Unesco promete intensificar o trabalho com os Estados africanos, especialistas e as comunidades locais, considerados guardiões dos sítios para protegê-los melhor.
Estes locais representam cerca de 40% dos sítios em perigo inscritos na lista do Património Mundial. A ideia é que possam continuar a servir de referência ao longo dos próximos 50 anos.
De recordar que a Convenção da Unesco entrou em vigor em 1978 quando os primeiros 12 sítios foram inscritos na Lista do Património Mundial, três ou um quarto dos quais eram africanos.