Portugal crê que aumento demográfico leve 400 milhões a falar o idioma até 2050
Assuntos da ONU
Em entrevista sobre o Dia Mundial da Língua Portuguesa, vice-chefe da diplomacia portuguesa, Francisco André, ressalta poder da união dos falantes para maior projeção; cultura terá papel central na celebração da data neste 5 de maio.
Portugal realiza dezenas de atividades em diversos países para marcar neste 5 de maio, o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Um pouco por todo o planeta, o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua participa nas festividades.
O secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, aponta a ênfase na cultura defendendo que em várias dimensões revela a tendência de expansão do idioma.
Desenvolvimento demográfico
Em declarações à ONU News, em Nova Iorque, o vice-chefe da diplomacia de Portugal disse que parcerias devem continuar promovendo a língua, principalmente nos nove países onde é oficial.
“É a língua que nos permite comunicar com povos de todos os continentes do mundo. É uma língua em franco crescimento. Hoje, somos cerca de 260 milhões de pessoas que falamos português, mas o desenvolvimento demográfico leva-nos a crer que seremos, em 2050, quase 400 milhões de pessoas a falar português. Há hoje um crescimento muito grande do ensino desta língua, que é nossa, em vários países do mundo. Há um interesse cada vez mais crescente da parte de vários países, sobretudo as gerações mais jovens, em aprender português. Portanto, eu acho que esse é um trabalho que cabe a todos nós, aqueles que nos expressamos em português, contribuir para que este interesse não pare e contribuir para que este interesse aumente.”
Para Francisco André, o poder da união dos falantes deve ser usado para afirmar ainda mais o idioma, que já se destaca em diferentes contextos seja em escala local ou global.
O país acolhe, há 27 anos, a sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, que congrega nove Estados-membros e 32 observadores associados.
Por vários anos, a sede da ONU celebrou o Dia da Língua Portuguesa. A Cplp estabeleceu parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, no ano 2000, antes da agência proclamar a celebração universal do português em 2019.
Comunidade com uma força própria
“Quanto mais força tiver a língua portuguesa, mais força tem esta comunidade que se une à volta da língua portuguesa. É uma comunidade que hoje tem uma força muito própria. Mesmo no quadro das Nações Unidas somos uma grande comunidade com objetivos e com valores que partilhamos, onde conseguimos trabalhar em conjunto e fazer valer as nossas posições. Portanto é um trabalho que deve continuar a ser feito, mas mais do que continuar este trabalho devemos celebrar este facto: a língua que nos une e é importante para nós todos.”
Por vários anos, a sede da ONU celebrou o Dia da Língua Portuguesa
Na celebração do idioma partilhado por vários povos e registrando maior projeção geográfica, o representante português falou da importância da trajetória do português para seu país para a comunidade global de falantes.
“Iremos celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa pela terceira vez. É um dia muito importante pela parte de Portugal. Em conjunto com os seus parceiros, claro, os Estados-membros da Cplp, iremos organizar várias iniciativas para celebrar esse dia. Cada um de nós, com certeza, irá fazê-lo no próprio país. Nós iremos fazê-lo em Portugal, mas um pouco por todo mundo onde houver missões diplomáticas portuguesas. Iremos realizar iniciativas de celebração e promoção da língua portuguesa no domínio da literatura, da poesia que é partilhada entre os nossos países, mas também do cinema, da música ou das artes plásticas. Portanto, é um dia de festa que quanto mais for celebrado por todos, mais força também dará à nossa muito língua.”
Além do destaque na cultura, Portugal promove a festa do idioma com debates com participantes de campos como ciência, economia e diplomacia em todos os continentes.
A cobertura especial da ONU News sobre o Dia da Língua Portuguesa inclui depoimentos de autoridades lusófonas, do secretário-geral António Guterres, de jornalistas e do influenciador Felipe Neto.