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Genocídio contra os tutsis em Ruanda aconteceu há 29 anos

António Guterres defende que a prevenção de genocídio é também um dever fundamental de todos os Estados-membros das Nações Unidas
ONU/John Isaac
António Guterres defende que a prevenção de genocídio é também um dever fundamental de todos os Estados-membros das Nações Unidas

Genocídio contra os tutsis em Ruanda aconteceu há 29 anos

Legislação e prevenção de crimes

Entre as vítimas do massacre estavam hutus e outras pessoas que se opuseram ao ato; secretário-geral ressalta a resiliência dos sobreviventes e pede união global contra aumento da intolerância nos dias de hoje.

Neste 7 de abril, as Nações Unidas marcam o Dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio de 1994 contra os tutsis em Ruanda. No total, cerca de 1 milhão de pessoas morreram em 100 dias, incluindo hutus e cidadãos que resistiram ao ato.

Em mensagem sobre o massacre, ocorrido em 29 anos, o secretário-geral destaca a responsabilidade compartilhada para a prevenção do tipo de atos, de outros crimes de guerra, contra a humanidade ou violações graves do direito internacional.

Exibição fotográfica e sessão da Assembleia Geral

A Assembleia Geral agendou uma cerimônia com os 193 Estados-membros para refletir sobre o evento na sexta-feira. A sede expõe fotografias e registros de sobreviventes da autoria do fotógrafo americano Jim Lommasson.

Em sua mensagem, o secretário-geral António Guterres ressalta o reconhecimento global da jornada do povo ruandês em direção à cura, restauração e reconciliação.

Assembleia Geral realiza uma cerimônia com os 193 Estados-membros
ONU/Violaine Martin
Assembleia Geral realiza uma cerimônia com os 193 Estados-membros

O líder da ONU destacou ainda que tal lembrança é acompanhada de vergonha, pelo fracasso da comunidade internacional. A mensagem enfatiza que em uma geração após o genocídio, nunca se deve esquecer o que aconteceu e é preciso garantir que as gerações futuras sempre se lembrem do massacre.

Na atualidade, o secretário-geral alerta sobre a facilidade de se espalhar o discurso de ódio, que é um indicador-chave do risco de o genocídio se transformar em crime odioso.

Prevenção de genocídio como dever

O secretário-geral ressalta que a complacência diante do tipo de atrocidade revela cumplicidade com o ato. Ele desataca que  nenhum lugar e nenhum tempo está imune ao perigo, incluindo os dias atuais.

Para António Guterres, a prevenção de genocídio é também um dever fundamental de todos os Estados-membros das Nações Unidas.

Ele apela à comunidade internacional que esteja unida e se mantenha firme contra o aumento da intolerância e siga vigilante e pronta para agir contra o tipo de ação.