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Timor-Leste prioriza equilíbrio de gênero no poder e acesso da mulher à tecnologia

Timor-Leste incentiva o envolvimento de mais mulheres na política e no espaço virtual
© Unfpa/Ruth Carr
Timor-Leste incentiva o envolvimento de mais mulheres na política e no espaço virtual

Timor-Leste prioriza equilíbrio de gênero no poder e acesso da mulher à tecnologia

Mulheres

Secretária de Estado da Inclusão quer mais candidatas femininas para as eleições legislativas de maio; autoridades defendem que aumento de dispositivos de comunicação deve ser acompanhado de cautela com perigos de crimes no espaço virtual.

Timor-Leste incentiva o envolvimento de mais mulheres na política e no espaço virtual, dos níveis locais ao nacional. A posição foi destacada na 67ª Sessão da Comissão da ONU sobre o Estatuto da Mulher, CSW, que encerra esta semana.

Eleições parlamentares

A chefe da delegação timorense no evento é a secretária de Estado da Inclusão, Maria de Rosário Fátima Correia. Ela disse que o país mantém o empenho às vésperas de realizar eleições parlamentares.

Timor-Leste implementa uma estratégia para ter mais mulheres no poder por acreditar que elas garantem a estabilidade e inclusão na economia, melhoram o debate democrático e a busca de paz e prosperidade.

“A Lei dos Partidos Políticos dá oportunidades para a mulher. Agora estão previstos 30% de participação no governo. Estamos agora no Parlamento com uma cota de 40% do total de assentos. E no executivo 15%. Nos sucos são 5%. Chefes de aldeia 4%. O presidente decretou eleições parlamentares para próximo 21 de maio. Eu espero que a mulher participe e tome decisões ao nível de Parlamento e com mais deputados do sexo feminino esteja em melhor posição e com maiores oportunidades.”

A representante disse que o país definiu objetivos claros que são a base para a atuação atual da secretaria de Estado.

Uma mulher planta árvores de mangue em uma área de pântano no Timor Leste
Unpd/Yuichi Ishida
Uma mulher planta árvores de mangue em uma área de pântano no Timor Leste

Oportunidades

“O primeiro objetivo é a advocacia para a linha ministerial, para órgãos autônomos e dar oportunidade para que a criação de planos atuais também considere mulheres A outra e que mulheres tenha poder de decisão. Além as mulheres participam nos 22 partidos. As leis dão oportunidades.”

No país com 130 mil habitantes, o acesso a tecnologias de informação é um desafio que também atrasa a remoção de barreiras para a maior representação de mulheres no poder. Sem acesso a dispositivos como telemóveis modernos, as perspectivas políticas são limitadas.

Fátima Correia contou que o governo timorense atua com parceiros de desenvolvimento para assegurar um equilíbrio no acesso a estes meios entre habitantes dos campos e nas cidades de ambos os gêneros.

Nesse quadro, a diretora nacional de Política, Gênero e Inclusão de Timor-Leste, Maria Filomena Babo Martins, explicou os objetivos da Campanha de Literacia Digital para contribuir para um futuro mais inclusivo.

Vista aérea de região perto de Dili, em Timor-Leste
Foto ONU: Martine Perret
Vista aérea de região perto de Dili, em Timor-Leste

Cyberbullying

“Capacitar as mulheres potenciais. Não só as mulheres, mas também as meninas, em termos de comunicação e como usar a tecnologia, principalmente as Tecnologias e Informação e Comunicação. A meta é para não serem vítimas da tecnologia moderna. Por exemplo, no uso de internet, para que não haja violência sexual nas redes sociais. E para ter uma legislação evitando o cibercrime, o cyberbullying. Para isso tudo deve-se saber usar a tecnologia moderna. Não usar para aspetos negativos, mas para os positivos.”

Capacitar os timorenses em vários setores para o uso de tecnologia é uma das áreas de apoio da ONU a Timor-Leste.

Em períodos eleitorais, a organização oferece apoio técnico e assessoria, coopera com o planejamento, registro de eleitores, orçamento, logística e licitação, além do treinamento e educação cívica.