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Tendências negativas no mercado de trabalho ameaçam metas globais, diz OIT

Um trabalhador verifica placas de circuito em uma fábrica de eletrônicos na província de Hung Yen, Vietnã
© OIT
Um trabalhador verifica placas de circuito em uma fábrica de eletrônicos na província de Hung Yen, Vietnã

Tendências negativas no mercado de trabalho ameaçam metas globais, diz OIT

Desenvolvimento econômico

Conjugação de fatores deixa 23,5% dos jovens sem trabalhar e estudar; abalos na economia dificultam o avanço dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ODS, ligados ao emprego; delegações do Brasil, Portugal, Moçambique e Angola participam da reunião do Conselho de Administração da agência da ONU.

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, identificou seis tendências preocupantes no mercado de trabalho global. A agência destaca que ações urgentes são necessárias para construir um futuro resiliente e equitativo na área. 

A taxa global de desemprego está em 5,8%, valor mais alto do que antes da pandemia, quando estava em 5,5%. As projeções para 2023 e 2024 apontam para aumento do desemprego nas Américas, Estados Árabes, Europa e Ásia Central.

Jovens trabalhadoras embalam feijão em uma fazenda na Etiópia. Na África, muitos jovens optaram por se retirar completamente do mercado de trabalho
© OIT/Sven Torfinn
Jovens trabalhadoras embalam feijão em uma fazenda na Etiópia. Na África, muitos jovens optaram por se retirar completamente do mercado de trabalho

Mercado informal

Além disso, cerca de 2 bilhões de trabalhadores estão no mercado informal, atuando em condições precárias e sem proteção social.

Os jovens foram os mais impactados pela perda de empregos em nível global. Cerca de 23,5% desta faixa da população não está estudando nem trabalhando.

De acordo com a OIT, outra tendência preocupante é a desaceleração do crescimento produtivo. Este fator pode resultar em enfraquecimento do poder de compra e do bem-estar social.

Em relação à equidade de gênero, o progresso é considerado lento. A agência da ONU calcula que em 2021 as mulheres detinham apenas 28,2% das posições de direção. Nesse ritmo, serão necessários 140 anos para alcançar a paridade de gênero no mercado de trabalho.

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Mais parcerias

Essas tendências impactam negativamente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sobre trabalho decente e crescimento econômico, e o ODS5 prevendo a equidade de gênero.

A OIT demanda medidas focadas em justiça social, criação de empregos e paridades entre os sexos.

A agência sugere ainda mais parcerias entre governos, trabalhadores e sociedade civil para avançar nessas áreas.

A análise marca o começo da reunião do Conselho de Administração da OIT que se estende até 23 de março. Delegações de Angola, Brasil, Moçambique e Portugal estão representadas no encontro.

A agenda inclui um relatório do diretor-geral, um informe sobre ações dos países-membros e propostas para uma Coalizão Global de Justiça Social.