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Líderes internacionais adotam declaração pelo avanço de Países Menos Desenvolvidos

Vice-secretária-geral Amina Mohammed discursa no dia de encerramento da Quinta Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos Desenvolvidos (LDC5), em Doha, Catar.
UN Photo/Evan Schneider
Vice-secretária-geral Amina Mohammed discursa no dia de encerramento da Quinta Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos Desenvolvidos (LDC5), em Doha, Catar.

Líderes internacionais adotam declaração pelo avanço de Países Menos Desenvolvidos

Desenvolvimento econômico

Acordo foi concluído ao final da 5ª Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos Desenvolvidos em Doha, Catar; vice-secretária-geral afirma que documento fornece “plano claro para recuperação, renovação e resiliência” para Estados mais vulneráveis.

A 5ª Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos Desenvolvidos foi concluída nesta quinta-feira com líderes adotando uma Declaração Política que celebra o Programa de Ação de Doha e reforça o comprometimento com sua implementação ao longo da próxima década.

A iniciativa foi adotada no primeiro encontro da Conferência, em março de 2022 em Nova Iorque. O evento realizado nesta semana em Doha, Catar, reuniu cerca de 5 mil participantes, incluindo 47 chefes de Estado e de governo.

Vice-secretária-geral Amina Mohammed (segunda da esquerda) fala à imprensa no encerramento da Quinta Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos Desenvolvidos (LDC5), em Doha, Qatar.
UN Photo/Evan Schneider
Vice-secretária-geral Amina Mohammed (segunda da esquerda) fala à imprensa no encerramento da Quinta Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos Desenvolvidos (LDC5), em Doha, Qatar.

Programa de Ação de Doha

A vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohammed, esteve no fechamento da reunião e celebrou a determinação dos países e outras partes interessadas em retomar a jornada de desenvolvimento, colocando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de volta ao alcance.

Para a vice-chefe da ONU, o Programa de Ação de Doha representa um plano claro para recuperação, renovação e resiliência nos países mais vulneráveis do mundo.

Ela avalia que isso ajudará a comunidade internacional a responder aos principais desafios enfrentados pelos países menos desenvolvidos, aumentar sua resistência às mudanças climáticas e ajudar a salvaguardar os ganhos de desenvolvimento duramente conquistados.

Reformas para mais acesso a financiamento

Ela enfatizou, no entanto, que “o sucesso não é automático”, destacando a importância de um financiamento massivo e direcionado.

É por isso que o secretário-geral pediu a reforma da arquitetura financeira internacional, juntamente com um aumento nos fundos do desenvolvimento em um valor de pelo menos US$ 500 bilhões anuais.

Amina Mohammed acredita que, se respaldado pelo financiamento necessário, o plano poderia “preparar” os países menos desenvolvidos contra alguns dos problemas que os impedem de realizar seu potencial.

Ela adiciona que as responsabilidades “não se limitam à assinatura de documentos ou à participação em conferências”, afirmando que embora o Programa de Ação de Doha se destine aos países menos desenvolvidos, é um pacto de toda a comunidade internacional.

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Marginalizados da economia mundial

Por meio da Declaração, os chefes de Estado e de Governo e representantes de alto nível participantes da Conferência reconheceram que, apesar de alguns resultados positivos, o progresso ficou aquém das metas e objetivos estabelecidos no Programa de Ação de Istambul para os Países Menos Desenvolvidos para a Década de 2011 –2020.

Eles expressaram preocupação porque os países menos desenvolvidos continuam marginalizados na economia mundial e comprometidos com o avanço dos resultados concretos descritos no Programa de Ação de Doha.

As medidas incluem explorar a viabilidade de um sistema de estoque, uma universidade on-line, um centro internacional de apoio ao investimento e uma instalação sustentável de apoio à graduação.

A Declaração também solicitou ao secretário-geral da ONU que assegure a plena mobilização e coordenação de todas as partes do sistema das Nações Unidas para facilitar a implementação coordenada do Programa de Ação de Doha.