Na União Europeia, Portugal alinha questões relevantes para outros países da Cplp
Assuntos da ONU
Secretário de Estado da Internacionalização de Portugal fala sobre aumento da cooperação com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e esforços de coordenação para reforçar laços econômicos e de desenvolvimento.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, conta com o apoio de Portugal na União Europeia para avançar questões que são relevantes para o bloco regional. A declaração é do secretário de Estado português, Bernardo Ivo Cruz.
Ao lado de Portugal, a Cplp é formada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, a Cplp está cada vez mais voltada para o desenvolvimento econômico e para aumentar o volume de comércio de seus Estados-membros.
Dimensões novas
Nessa entrevista à ONU News, no fim de fevereiro, o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Bernardo Ivo Cruz, disse que ao falar em conjunto, os países lusófonos se tornam mais fortes no cenário internacional.
“O esforço que a gente faz, no caso de Portugal, de colocar as questões que são importantes para o conjunto da Cplp na agenda da União Europeia. Apoiando os Estados-membros da Cplp na sua relação com a União Europeia. O esforço que fazemos aqui, e em Genebra, para ordenarmos e coordenarmos as nossas preocupações comuns e colocá-las nesse universo enorme que são as várias agências e as várias dimensões que as Nações Unidas trazem para o concerto das nações. Nós quando falamos em uníssono, são mais vozes, são mais países, há mais força. E, portanto, a Cplp, vai ganhando, todos os dias, dimensões novas. Umas são formais, a gente aprova agendas, programas, planos. Mas outras são informais. Nós concordamos que seria bom que o mundo avançasse nesta direção, ou que tivesse aquelas preocupações, e trabalhamos juntos nisso.”
Bernardo Ivo Cruz falou à ONU News sobre o acordo de livre circulação que seu país aprovou, este ano, para os cidadãos de outras nações de língua portuguesa.
Crescimento econômico
“Portugal aprovou agora recentemente, já este ano, um mecanismo de circulação de pessoas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. E, portanto, agora, nós estamos criando também um espaço de livre circulação das pessoas, dos membros da Comunidade que possam vir trabalhar para Portugal, possam se instalar em Portugal, possam fazer a sua vida em Portugal e contribuir também para o nosso próprio crescimento econômico e estreitar ainda mais os laços entre os países.”
Já no passado, segundo chefes de Estado e de governo de Portugal, o país fez várias gestões junto à União Europeia para, por exemplo, apoiar um acordo do bloco europeu com o Mercosul, que inclui o Brasil. Um tema que volta a ser debatido num momento em que o bloco sul-americano busca fechar um acordo com a União Europeia.
Em 2022, somente o mercado entre Brasil e Portugal rendeu US$ 5,2 bilhões, segundo dados oficiais.
O secretário Bernardo Ivo Cruz fala do potencial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa que começou com a língua em comum, mas que avança hoje para outras áreas, uma vez que a Cplp tem mais Estados-membros associados que fundadores incluindo França, Reino Unido e Japão.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, conta com o apoio de Portugal na União Europeia para avançar questões que são relevantes para o bloco
O português é, cada vez mais, uma língua de negócios
“O português é a língua mais falada do Hemisfério Sul. Brasil, Angola, Moçambique, todos contribuem com muitos falantes e, portanto, nós partilhamos a língua mais falada do Hemisfério Sul. É uma língua muito viva, é uma língua bonita, é uma língua de cultura, mas é também uma língua de negócios. E, esse reforço do papel da língua enquanto língua de negócios, é um trabalho que todos estamos a fazer. Depois, têm mecanismos que nós vamos agregando na Cplp. Portugal fez um acordo com o Banco Africano de Desenvolvimento para apoiar o investimento privado de empresas em países de língua portuguesa em África com condições especiais dadas pelo Banco. E, portanto, nós estamos criando também condições para que as empresas possam investir no desenvolvimento dos países de língua portuguesa, no caso, do continente africano.”
O secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Bernardo Ivo Cruz, realizou uma viagem de trabalho à sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, encerrada em 24 de fevereiro.