ONU quer mais ação para salvar vidas após naufrágio que vitimou dezenas na Itália

Pequena embarcação afundou com 170 pessoas no Mar Mediterrâneo; mais de 60 corpos foram recuperados incluindo crianças e um recém-nascido; barco havia saído da Turquia, com passageiros do Afeganistão e do Paquistão.
O secretário-geral António Guterres e agências das ONU pediram urgência na criação de rotas mais seguras e legais para migrantes. O apelo foi reforçado após um naufrágio que matou mais de 60 pessoas no domingo, na costa sul da Itália.
Segundo agências de notícias, as equipes de salvamento temem que o número de mortes possa subir. Entre as vítimas, havia crianças e um recém-nascido. Há indícios de que o barco transportava 170.
Sobre o #naufrágio que deixou dezenas de pessoas mortas na costa da Itália, o secretário-geral da #ONU reafirmou que toda pessoa em busca de uma vida melhor merece segurança e dignidade. E que é preciso rotas seguras e legais para #migrantes e #refugiados. https://t.co/5JjuelqKhS
ONUNews
A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, informou que alguns sobreviventes foram hospitalizados.
António Guterres disse que “toda pessoa em busca de uma vida melhor merece segurança e dignidade”.
Já o Acnur e a Organização Internacional para Migrações, OIM, expressaram condolência em comunicado conjunto e pediram aos países que aumentem recursos e capacidades para cumprir suas responsabilidades.
O diretor-geral da OIM, António Vitorino, lembrou que a tragédia ocorre dias após 70 pessoas perderem a vida num naufrágio semelhante na Líbia.
Ao reagir ao naufrágio, a representante do Acnur na Itália, Santa Sé e San Marino disse que “é inaceitável testemunhar tais horrores, com famílias e crianças confiadas a barcos incapazes de navegar”. Para Chiara Cardoletti “esta tragédia deve nos levar a agir e agir agora.”
O barco havia saído da Turquia, com muitos passageiros vindos do Afeganistão e do Paquistão. De acordo com o Acnur, em 2022, a rota da Turquia representa cerca de 15% do total de chegadas por mar à Itália. Quase metade das pessoas vindas da Turquia fugia do Afeganistão.
As agências da ONU também informaram que os mecanismos da União Europeia para operações de resgate são “necessários com urgência”.
Chiara Cardoletti afirma que, para evitar tragédias como essa, é mais necessário do que nunca fortalecer a capacidade de resgate, que ainda é insuficiente. Para ela, isso requer apoio humanitário e a adoção de uma abordagem que inclua as várias razões para a fuga dos migrantes.
O diretor do Escritório de Coordenação da OIM para o Mediterrâneo, Laurence Hart, ressalta que este naufrágio demonstra como o fenômeno da migração por mar deve ser enfrentado por todas as nações europeias.
O Projeto de Migrantes Desaparecidos da OIM relata que, só em 2023, pelo menos 220 pessoas, incluindo as que pereceram no domingo, morreram ou desapareceram ao longo da rota do Mediterrâneo central.