ONU pede investigação independente após morte de dezenas na Somália
Alto comissário de Direitos Humanos, Volker Turk, citou confrontos que deslocaram mais de 20 mil em Laas Canood; vítimas de choques entre tropas do governo e clã da região disputada pela Somalilândia e Puntlândia incluem crianças.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu nesta terça-feira que as autoridades somalis garantam uma investigação independente, eficaz e imparcial após dezenas de mortes em confrontos iniciados no domingo.
Em nota, o chefe do Escritório de Direitos Humanos revela haver crianças entre as pelo menos 20 pessoas que perderam a vida. Outras cerca de 119 vítimas ficaram feridas em combates entre as forças de segurança e membros de um clã em Laas Canood.
Áreas autónomas
O que mais preocupa o chefe de direitos humanos é a continuação de confrontos e relatos de novas vítimas. A área de Laas Canood situa-se entre as regiões de Sool e Sanaag, reivindicadas tanto pelas autoridades das áreas autónomas de Somalilândia como as da Puntlândia.
A Somalilândia separou-se da Somália em 1991. As autoridades locais enfrentam oposição em Laas Caanood e áreas vizinhas, onde alguns líderes de clãs teriam um vínculo com autoridades federais somalis.
Turk destaca que os “assassinatos potencialmente ilegais estão ocorrendo apenas um mês depois do deslocamento de pelo menos 20 mil pessoas por confrontos em Laas Canood”.
Investigação confiável
Para ele, a violência “pode contribuir para mais deslocamentos, agravando a já frágil situação humanitária na região”.
Turk pediu que as autoridades conduzam uma investigação confiável e imparcial sobre os confrontos para determinar os responsáveis, e que estes prestem contas “em julgamentos justos, inclusive por danos relatados a residências”.