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Aiea diz que terremoto não afetou segurança nuclear

Equipes de resgate procuram sobreviventes em um prédio em Samada, na Síria, destruído pelo terremoto de 6 de fevereiro
© Ocha/Ali Haj Suleiman
Equipes de resgate procuram sobreviventes em um prédio em Samada, na Síria, destruído pelo terremoto de 6 de fevereiro

Aiea diz que terremoto não afetou segurança nuclear

Ajuda humanitária

Agência Internacional de Energia Atômica analisa riscos após sismos; Nações Unidas também tentam mobilizar fundos de emergência para socorrer vítimas; Na Síria, antes do terremoto, 4,1 milhões já precisavam de assistência humanitária.

Através de sua conta em uma rede social, a Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, comunicou que até agora, não houve nenhum impacto na segurança nuclear da Turquia, após o terremoto que deixou milhares de mortos e centenas de feridos no país e na Síria.

Conforme informado pela autoridade reguladora nuclear turca, a usina em construção não foi afetada.

Sede da Aiea em Viena, na Áustria.
Aiea/FAO
Sede da Aiea em Viena, na Áustria.

Avaliação da segurança de edifícios e construções

Na manhã de segunda-feira, o diretor-geral da agência, Rafael Mariano Grossi, havia dito que estava em contato com o governo turco para coordenar a assistência imediata e apoio técnico para avaliação e recuperação dos edifícios.

A Aiea tem experiência nesses contextos analisando riscos para a população. Em 2017, a agência cooperou com autoridades no México, auxiliando autoridades e profissionais após o tremor.

Maior terremoto em mais de 80 anos

As Nações Unidas e parceiros também estão monitorando a situação. Apesar da escassez de energia e interrupções nas telecomunicações, agências da ONU estão se mobilizando para prestar assistência. A informação foi dada pelo porta-voz do secretário-geral.

Stephane Dujarric disse que, segundo parceiros humanitários, este é o terremoto mais poderoso registrado na Turquia desde 1939, e que pelo menos 78 tremores secundários foram relatados, seguidos por um segundo terremoto de magnitude 7.5.

Segundo ele, a Organização Internacional para Migrações, OIM, e a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, têm um estoque total de cerca de 2 mil tendas e aproximadamente 1,7 mil kits de itens não alimentícios disponibilizados no noroeste da Síria.

O Acnur informou que mil barracas adicionais estão disponíveis em um depósito em Gaziantep, no sul de Turquia. Enquanto a Organização Mundial da Saúde, OMS, também liberou kits de trauma de seus armazéns para pelo menos 16 hospitais no noroeste da Síria.

Busca por sobreviventes continua em Samada, na Síria, após terremoto de 6 de fevereiro
© Unocha/Ali Haj Suleiman
Busca por sobreviventes continua em Samada, na Síria, após terremoto de 6 de fevereiro

Tremor atingiu áreas que já contavam com ajuda humanitária

Dujarric disse que as Nações Unidas também estão procurando mobilizar fundos de emergência na região. Para isso, contam com a comunidade internacional para ajudar as milhares de famílias atingidas, muitas das quais já necessitavam urgentemente de ajuda humanitária, em zonas de difícil acesso.

Conforme informações iniciais de autoridades locais, o terremoto afetou fortemente o noroeste da Síria, onde 4,1 milhões de pessoas, a maioria mulheres e crianças, já recebiam assistência humanitária. Cerca de 224 edifícios foram completamente destruídos e pelo menos 325 parcialmente danificados em 17 subdistritos.

O porta-voz informou que avaliações preliminares indicam que os subdistritos de Harim, Atmeh, Sarmada, Atareb e Kafr Takharim estão entre as áreas mais atingidas.

Operações de ajuda interrompidas na Síria

Parceiros da ONU relataram que seus escritórios e estoques foram danificados e os hospitais já estão sobrecarregados. Há uma necessidade urgente de tendas e artigos em particular cobertores, combustível para aquecimento, fogões e lonas de plástico.

Devido ao impacto nas estradas, na cadeia de suprimentos e nas instalações de logística, as operações de ajuda podem ser interrompidas no noroeste da Síria,

Antes do terremoto, a ONU e seus parceiros ajudavam cerca de 2,7 milhões de pessoas por mês no noroeste da Síria por meio de entregas aéreas transfronteiriças.

Funcionários da ONU

Em relação à equipe da ONU, Dujarric disse que são 700 funcionários que trabalham nas áreas afetadas pelo terremoto.

Na Síria, todos os funcionários estão seguros. A organização também checou o número de empregados no Líbano, no Iraque e na Jordânia, onde o terremoto também foi sentido. Todos os funcionários passam bem nesses três países.