Guterres pede que RD Congo investigue ataque a helicóptero que matou boina-azul
Atentado ocorreu logo após decolagem do aparelho, em Kivu Norte; soldado de paz era da África do Sul; ofensiva deixou outro militar ferido; a região no leste do país tem sido alvo de pesados combates entre forças do governo e rebeldes congoleses incluindo o M23.
As Nações Unidas querem que as autoridades da República Democrática do Congo investiguem o ataque às forças de paz da ONU no país, Monusco.
No domingo, um boina-azul da Missão de Estabilização morreu quando o helicóptero que o transportava foi atacado logo após a decolagem, em Beni, na província de Kivu Norte, no leste da nação africana.
Pouso de emergência
Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou veementemente o ataque, que matou o soldado de paz sul-africano e deixou outro ferido.
Segundo agências de notícias, o aparelho prosseguiu até Goma, onde fez um pouso de emergência. Não se sabe ainda quem estaria por trás do ataque e que tipo de armamento foi utilizado.
O leste da RD Congo concentra muitos grupos armados, incluindo o M23, que tem travado, há vários anos, uma campanha contra o governo, que se intensificou nos últimos meses. Centenas de civis foram mortos incluindo mulheres e crianças.
Crime de guerra
Em março do ano passado, num outro ataque, oito boinas-azuis foram assassinados na queda de um helicóptero na província de Kivu Norte.
Em sua nota, neste domingo, o secretário-geral da ONU expressou profundas condolências à família do boina-azul assassinado, ao governo e ao povo da África do Sul. Ele desejou pronta recuperação ao boina-azul ferido.
António Guterres lembra que ataques contra soldados de paz podem configurar crime de guerra sob a lei internacional.
Ele encerrou a nota reafirmando o compromisso da ONU na República Democrática do Congo, com o povo e o governo em seus esforços para promover paz e estabilidade no leste da nação africana.
No sábado, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, realizou um encontro de cúpula no Burundi.
Ali, líderes regionais renovaram seu apelo por um cessar-fogo imediato no leste da RD Congo.
Segundo agências de notícias, mais de 500 mil pessoas teriam fugido de suas casas desde março de 2022. Na semana passada, o papa Francisco visitou o país africano e pediu o fim da violência na região.