Roma acolherá 50 mil pessoas para avaliar Cúpula dos Sistemas Alimentares

Evento de alto nível em julho incluirá líderes de 77 países; discussão incluirá agravamento da fome na pandemia; número de pessoas sem condições de pagar por uma dieta saudável subiu de 112 milhões para quase 3,1 bilhões, entre 2019 e 2020.
A Itália começou os seis meses de contagem regressiva para reunir mais de 50 mil representantes internacionais, no primeiro exame dos avanços da Cúpula dos Sistemas Alimentares de 2021.
O Momento de Avaliação dos Sistemas Alimentares da ONU, agendado para 24 de julho, em Roma, foi anunciado nesta sexta-feira pela vice-secretária-geral Amina Mohammed e pelo vice-primeiro-ministro e chanceler da Itália, Antonio Tajani.
A reunião na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, prevê acolher 77 chefes de Estado e de governo de 193 países.
A meta é juntar todas as partes que se comprometeram em acelerar o impulso dos sistemas alimentares para se cumprir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
O evento ocorre dois anos após Roma ter abrigado a Pré-Cimeira dos Sistemas Alimentares, um evento preparatório que juntou diversos líderes.
A vice-secretária-geral da ONU disse, em Roma, que no evento deste ano os participantes devem indicar evidências de que a transformação dos sistemas alimentares é um fator essencial para acelerar os ODS.
Para Amina Mohammed, “sistemas alimentares mais sustentáveis, equitativos, saudáveis e resilientes têm impacto direto na vida e nos meios de subsistência das pessoas quando se busca um futuro melhor para as pessoas e para o planeta.”
Além da FAO, o evento envolve o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Ifad, e o Programa Mundial de Alimentos, PMA. Também colaboram o Centro de Coordenação dos Sistemas Alimentares e o Sistema das Nações Unidas.
Na reunião, os países relatarão os progressos alcançados em nível nacional desde a Cúpula dos Sistemas Alimentares da ONU em 2021 e suas contribuições para cumprir a Agenda 2030.
Os mentores do evento reconhecem que, em dois anos, o contexto global alterou de forma substancial. Mesmo com esperanças de recuperação e melhoria da segurança alimentar após a pandemia, a fome aumentou ainda mais em 2021.
O período marcou ainda a evolução no número de pessoas sem dinheiro para pagar por uma dieta saudável: de 112 milhões para quase 3,1 bilhões, entre 2019 e 2020. Esse avanço se deve aos impactos da alta os preços da comida ao consumidor na pandemia.
As Nações Unidas também citam fatores como a atual guerra na Ucrânia e a crise de custo de vida sem precedentes que foi gerada pelo conflito.
Cerca de 670 milhões de pessoas passarão fome em 2030, ou 8% da população mundial. A situação estará no mesmo patamar de 2015, quando foi adotada a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável
Para revisar os progressos, a organização promove o Momento de Avaliação da Cúpula dos Sistemas Alimentares que vai destacar os compromissos de ação assumidos pela comunidade internacional.