Em um ano, número de refugiados rohingya no sudeste da Ásia mais que triplicou

Minoria muçulmana refugiada em Bangladesh por causa da violência em Mianmar, tenta agora entrar na Indonésia, Malásia e Tailândia; de 2020 para 2021 houve aumento de cerca de 290% nas chegadas; OIM amplia operações para conseguir dar assistência.
Nos últimos meses, o número de refugiados rohingya que chegaram ao sudeste da Ásia por rotas marítimas e terrestres aumentou drasticamente. A minoria de origem muçulmana afirma ser alvo de uma perseguição sistêmica em Mianmar.
De acordo com a Organização Internacional para Migrações, OIM, no ano passado, foram quase 3,3 mil chegadas para Indonésia, Malásia e Tailândia. Em comparação a 2021, a alta representa o triplo de entradas.
Segundo agências de notícias, os refugiados fazem trajetos perigosos em busca de uma vida melhor fora dos acampamentos superlotados em Bangladesh. Outras razões são o aumento da criminalidade nesses campos e a falta de oportunidades de educação e trabalho.
Somente nos primeiros 23 dias deste ano, foram registradas 300 chegadas. Com isso, a agência da ONU está ampliando suas operações para dar assistência aos refugiados.
A diretora regional da OIM para a Ásia e o Pacífico, Sarah Lou Ysmael Arriola, disse que, desde o início da crise dos refugiados rohingya, a OIM tem sido firme em fornecer o apoio humanitário necessário. Desde 2020, mais de 3 mil rohingyas na Indonésia, Malásia e Tailândia receberam assistência direta.
Na Indonésia, o maior destino, a OIM atua com o governo, ONGs parceiras e a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, para facilitar o acesso a serviços básicos.
A agência forneceu proteção e serviços de saúde, incluindo saúde mental, além de reformar abrigos temporários e garantir abastecimento de água, acesso a alimentos, saneamento e gestão de resíduos.
Além disso, as equipes da OIM fazem sessões de informação na língua rohingya para alertar sobre riscos ligados ao contrabando e tráfico de seres humanos, violência de gênero e exploração e abuso sexual.
Na Tailândia, a agência oferece serviços de saúde e outras assistências. Já na Malásia, a OIM oferece dinheiro para o aluguel a ameaças de despejo que os refugiados rohingya enfrentam.
Em agosto de 2017, uma onda de violência forçou mais de 700 mil rohingyas a fugirem de suas casas em Mianmar e procurar abrigo em Bangladesh, o país vizinho. Hoje, Bangladesh abriga o maior assentamento de refugiados do mundo em Cox's Bazar.
As décadas anteriores já haviam sido marcadas por discriminação sistêmica e violência direcionada. Quase 1 milhão de refugiados permanecem em campos super lotados, com muitos outros embarcando em jornadas perigosas para países vizinhos.