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ONU marca Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

Sapatos confiscados de prisioneiros no campo de concentração de Majdanek, emprestados pelo Museu do Estado de Majdanek, Lublin, Polônia, ao Museu Memorial do Holocausto dos EUA
Museu Memorial do Holocausto dos EUA
Sapatos confiscados de prisioneiros no campo de concentração de Majdanek, emprestados pelo Museu do Estado de Majdanek, Lublin, Polônia, ao Museu Memorial do Holocausto dos EUA

ONU marca Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

Cultura e educação

Evento na Assembleia Geral reúne sobreviventes, familiares das vítimas, autoridades e representantes da sociedade civil; eventos programados até o próximo mês seguem o tema “Lar e pertença”; presidente da Casa e secretário-geral comparecem à cerimônia.

Este 27 de janeiro é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Em evento especial, a ONU marca a data com sobreviventes, familiares de vítimas, académicos e artistas no hall da Assembleia Geral.

Sob o tema “Lar e pertença”, uma série de eventos está agendada em Nova Iorque para reflexão sobre o assunto até fevereiro.

Crueldade

Em mensagem, o secretário-geral sublinha que o genocídio de judeus era evitável. Ele cita ainda vítimas como povos roma e sinti, pessoas com deficiência e outros grupos que morreram pelas mãos do nazismo.

Sede das Nações Unidas apresenta uma exibição inédita com mais de 4,8 milhões de nomes
ONU News/ Conor Lennon
Sede das Nações Unidas apresenta uma exibição inédita com mais de 4,8 milhões de nomes

 

Para António Guterres, nenhum genocídio é inevitável. Ao recordar o evento, ele destacou o culminar de milênios de ódio antissemita. O chefe da ONU enfatiza que os nazistas só puderam atuar com uma crueldade calculada, com atos desde a discriminação dos judeus da Europa até à sua aniquilação, porque poucas pessoas se manifestaram e muitos outros nada fizeram.

A mensagem pontua que existiu silêncio em níveis nacional e internacional diante de sirenes de alarme que soavam desde o início. Esses alertas eram o discurso de ódio, desinformação, descaso pelos direitos humanos e Estado de direito, exaltação da violência e da supremacia racial, além do pouco caso pela democracia e diversidade.

Memória

Para o secretário-geral, ao relembrar o Holocausto o mundo reconhece as ameaças à liberdade, à dignidade e à humanidade, inclusive no tempo atual.

O chefe da ONU pediu que o genocídio nunca seja esquecido, e nem se permita que outros o esqueçam, distorçam ou neguem. Para ele, agora é hora de decisão contra o silêncio perante esse mal e para defender a dignidade e os direitos de todos.

Um memorial no antigo campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia
Unsplash/Jean Carlo Emer

 

A Assembleia Geral estabeleceu um departamento sobre a lembrança do Holocausto e o programa de divulgação. A Resolução 60/7 incentiva a mobilizar a sociedade civil para a memória e educação sobre tema para ajudar a prevenir futuros atos de genocídio.

Painéis de discussão e exposições

A ONU interage com parceiros implementando iniciativas em nível global sobre a questão usando elementos educacionais, programas de desenvolvimento profissional, filmes, painéis de discussão e exposições.

Nas vésperas da cerimonias centrais deste ano, a sede das Nações Unidas apresentou uma exibição inédita com mais de 4,8 milhões de nomes, locais de nascimento e morte das vítimas do Holocausto.

O propósito da organização é “alertar sobre o perigo do antissemitismo e de toda forma de preconceito e ódio”.