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“Lar e Pertença” é o tema deste ano do Dia em Memória das Vítimas do Holocausto

Assembleia Geral realiza reunião anual com presença da comunidade judaica, sobreviventes e representantes da sociedade civil; em sua mensagem sobre o Dia, líder das Nações Unidas, António Guterres, cita “silêncio ensurdecedor” de muitos que nada fizeram …
ONU/Manuel Elias
Assembleia Geral realiza reunião anual com presença da comunidade judaica, sobreviventes e representantes da sociedade civil; em sua mensagem sobre o Dia, líder das Nações Unidas, António Guterres, cita “silêncio ensurdecedor” de muitos que nada fizeram contra os planos de Adolf Hitler e o nazismo.

“Lar e Pertença” é o tema deste ano do Dia em Memória das Vítimas do Holocausto

Assuntos da ONU

Assembleia Geral realiza reunião anual com presença da comunidade judaica, sobreviventes e representantes da sociedade civil; em sua mensagem sobre o Dia, líder das Nações Unidas, António Guterres, cita “silêncio ensurdecedor” de muitos que nada fizeram contra os planos de Adolf Hitler e o nazismo.

Em 1933, o líder da Alemanha Adolf Hitler começou a inserir a ideologia racista e nacionalista no centro do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.

Assim decidiu-se quem poderia chamar a Alemanha de casa e quem, de acordo com a ideologia partidária, realmente pertencia ao país.

À medida que a Alemanha conquistou mais território na Europa sob o pretexto de unir os povos de língua alemã, eles garantiram que as campanhas sistêmicas similares ocorriam em países sob seu controle.
© Unsplash/Frederick Wallace
À medida que a Alemanha conquistou mais território na Europa sob o pretexto de unir os povos de língua alemã, eles garantiram que as campanhas sistêmicas similares ocorriam em países sob seu controle.

Próprios lares e subsistência

Este processo ultrapassou o campo de legislações que excluíam os judeus da sociedade alemã. Os nazistas lançaram desinformação, informações falsas e campanhas deliberadas baseadas em discurso de ódio que vilificavam e desumanizavam os judeus.

Outras táticas impostas por Hitler foram atos de terror que destruíam os locais de adoração das pessoas como sinagogas, além de destruir seus próprios lares e meios de subsistência.

À medida que a Alemanha conquistou mais território na Europa sob o pretexto de unir os povos de língua alemã, eles garantiram que as campanhas sistêmicas similares ocorriam em países sob seu controle.

Muitas pessoas nada fizeram

Hoje, 90 anos depois, em sua mensagem sobre o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, observou que o Holocausto foi a culminação de milhares de anos de ódio antissemita, auxiliado pela decisão de tantas pessoas de não fazer nada para parar os nazistas. Guterres descreve a situação como um “silêncio ensurdecedor” tanto em casa como no exterior que os encorajou.

Para o secretário-geral, apesar do discurso de ódio e das campanhas de desinformação da Alemanha nazista, o desdém pelos direitos humanos e pelo Estado de direito, além da glorificação da violência e das mentiras sobre supremacia racial, havia também a falta de respeito pela democracia e pela diversidade naquele momento histórico.

O Dia Internacional em Memória das Vítimas dos Holocausto é marcado em 27 de janeiro por ser a data da liberação do campo de concentração Auschwitz-Birkenau. A ONU realiza uma série de eventos nos meses de janeiro e fevereiro, em sua sede em Nova Iorque, que ilustram os conceitos de “lar e pertença”.

Uma das exibições na sede está aberta até 13 de fevereiro e foca nas experiências de refugiados judeus espalhados pela Europa e em extrema necessidade de ajuda.
ONU/ Conor Lennon
Uma das exibições na sede está aberta até 13 de fevereiro e foca nas experiências de refugiados judeus espalhados pela Europa e em extrema necessidade de ajuda.

Bonecas confeccionas por crianças judias apátridas

Uma das exibições na sede está aberta até 13 de fevereiro e foca nas experiências de refugiados judeus espalhados pela Europa e em extrema necessidade de ajuda.

“Após o fim do mundo: pessoas deslocadas e acampamentos de deslocados” é o nome do evento que reúne documentos e fotografias de arquivos da ONU e do Instituto Yivo para a Pesquisa Judaica. A exposição explica o papel da Administração de Socorro e Reabilitação da ONU, Unrra, que foi criada para reassentar as pessoas deslocadas pela guerra e pelo Holocausto.
As exposições também contêm artefatos, fotos e objetos dos refugiados judeus como bonecas confeccionadas por crianças judias apátridas que viviam em acampamentos em Florença, na Itália, após a guerra.

Uma cópia de um livro infantil antissemita chamado “Der Giftpilz” ou o Cogumelo Envenenado está exposto na sede da ONU. Um outro painel mostra campanhas de ódio dos nazistas com teorias da conspiração contra judeus, os povos Roma e Sinti, migrantes, homossexuais e outras minorias.

O Livro dos Nomes

E nesta quinta-feira, o secretário-geral da ONU e o presidente da Assembleia Geral participaram da abertura da exposição Yad Vashem, que ficará aberta ao público.

Até este 17 de fevereiro, quem visitar a ONU poderá conferir o Yad Vashem, o Livro dos Nomes das Vítimas do Holocausto, que detalha em ordem alfabética o nome de cada um de cerca de 4,8 milhões de judeus que foram vítimas do Holocausto, e que o Yad Vashem, o Centro Mundial em Memória do Holocausto conseguiu documentar até agora.

O livro traz o nome, a data de nascimento, a cidade e o local de morte de cada vítima.