Unaids: esforços para obter vacina contra HIV devem continuar apesar de falhas
Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids comentou interrupção do ensaio da imunização Mosaico; pesquisas clínicas ocorreram na Europa e nas Américas; meta é erradicar a doença até 2030.
Líderes internacionais devem empreender mais ações para que a Aids seja eliminada até 2030. Uma dessas ações passa pela pesquisa de vacinas contra a doença que devem continuar sendo apoiadas.
A declaração consta de um comunicado do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Unaids.
Parceria público-privada
A agência citou a interrupção dos ensaios para a vacina Mosaico, que estavam acontecendo em laboratórios da Europa e das Américas.
Para o Unaids, a decisão deve levar a mais esforços por inovação na busca de uma solução. A aposta inclui ainda opções de tratamento para quem vive com HIV.
O estudo, iniciado em 2019, incluiu 3,9 mil homens que fazem sexo com homens e pessoas trans de oito países da Europa e das Américas, incluindo os Estados Unidos.
A parceria público-privada com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Janssen Vaccines & Prevention B.V., a Rede de Ensaios de Vacinas contra o HIV e o Comando de Pesquisa e Desenvolvimento Médico do Exército americano foi suspensa na semana passada
Taxa de infecção
Após quatro injeções da vacina ou placebo, que foram administradas em 12 meses, o conselho de monitoramento não encontrou nenhuma diferença significativa na taxa de infecção pelo HIV entre os dois grupos.
O Unaids defende que mesmo assim, os esforços globais de pesquisa de vacinas e de uma cura devem continuar.
A agência crê que um progresso rápido contra o HIV seja “possível se as opções existentes de prevenção e tratamento forem disponibilizadas por meio do compartilhamento de tecnologias, expansão da oferta e eliminação das barreiras de acesso”. Essas medidas também são importantes para expandir a cobertura.
Longa duração
A diretora executiva do Unaids enfatiza que “a decepção com o teste da vacina destaca ainda mais a importância de lançar inovações disponíveis no tratamento e prevenção do HIV”. Estas novas ações incluem a intervenção oral PrEp, para evitar a infecção pelo vírus, além dos injetáveis de longa duração e do anel vaginal.
Winnie Byanyma frisa que a busca por uma vacina deve continuar, mas lembra que, “apesar desse revés, o mundo ainda pode acabar com a Aids até 2030”.
Ela pediu “opções comprovadas de prevenção e tratamento a todas as pessoas que precisam.”
O Unaids indica que embora não houvesse sinal de preocupações de segurança durante o teste da vacina, a interrupção se seguiu uma revisão independente da pesquisa que não encontrou nenhuma evidência de risco reduzido de infecção entre os participantes.
Mesmo assim, a agência enfatiza que o mundo não pode esperar ou depender de uma vacina ou cura. A agência da ONU destaca o “fim da Aids até 2030, como prometido, ainda é possível, mas os líderes não têm tempo para esperar”.