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ONU condena ataques na RD Congo que mataram pelo menos 49 civis

Incidentes são os mais recentes de uma série de episódios violentos contra civis nas últimas semanas, afetando gravemente civis e operações humanitárias em Djugu e na vizinha Mahagi
Monusco
Incidentes são os mais recentes de uma série de episódios violentos contra civis nas últimas semanas, afetando gravemente civis e operações humanitárias em Djugu e na vizinha Mahagi

ONU condena ataques na RD Congo que mataram pelo menos 49 civis

Paz e segurança

Corpos foram encontrados em valas comuns; entre as vítimas havia mulheres e crianças; violência no país africano, nas últimas semanas, tem afetado operações humanitárias e movimento de moradores.

A República Democrática do Congo sofreu mais um ataque da milícia Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo, Codeco, na noite de quarta-feira, num acampamento de refugiados na província de Ituri, no leste do país.

Este foi o segundo ataque informado pela Missão da ONU na RD Congo, Monusco.

Soldados da paz patrulham Butembo em Kivu do Norte, na República Democrática do Congo, para garantir a segurança das comunidades locais.
UN Photo/Martine Perret
Soldados da paz patrulham Butembo em Kivu do Norte, na República Democrática do Congo, para garantir a segurança das comunidades locais.

Mais de 1,5 milhão de deslocados

Sete pessoas morreram e várias ficaram feridas. Muitos fugiram do local na hora do ataque como contou o porta-voz do secretário-geral da ONU, Farhan Haq.

Haq contou que além do ataque aos refugiados, foram descobertos em valas comuns os corpos de pelo menos 49 civis, incluindo mulheres e crianças, nas aldeias de Nyamamba e Mbogi, após outras ofensivas da Codeco no fim de semana.

Esses incidentes são os mais recentes de uma série de episódios violentos contra civis nas últimas semanas, afetando gravemente civis e operações humanitárias em Djugu e na vizinha Mahagi.

A província de Ituri, no leste da RD Congo, já enfrenta uma situação humanitária difícil com 1,5 milhão de deslocados internos pelos combates.

República Democrática do Congo é uma das maiores crises humanitárias do mundo
Monusco
República Democrática do Congo é uma das maiores crises humanitárias do mundo

Agências humanitárias reduzem presença

As forças de paz da ONU foram enviadas imediatamente para proteger o campo e impedir mais violência. A agressão ocorre quase um ano após o último ataque violento no local, que deixou cerca de 60 mortos em fevereiro de 2022.

Desde o início de janeiro, pelo menos 12 organizações humanitárias reduziram a presença e as operações nesses territórios devido à insegurança.

A Missão da ONU na RD Congo está acompanhando de perto os acontecimentos no terreno e advogando junto às autoridades relevantes para garantir a proteção de civis, especialmente aqueles em locais de deslocamento.

O porta-voz disse que a ONU também está em contato com parceiros humanitários para fornecer assistência assim que a segurança permitir.

Crianças deslocadas vivendo em um acampamento em Djugu
ONU/Eskinder Debebe
Crianças deslocadas vivendo em um acampamento em Djugu

Igreja também foi atacada durante culto

No último final de semana, uma igreja foi atacada em Kasindi, província de Kivu do Norte. Pelo menos 12 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas durante a explosão dentro do templo durante o culto de domingo.

Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU condenou veementemente o ataque.  António Guterres enfatizou a necessidade de levar os autores do ataque à Justiça. Ele contou que o Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas, Unmas, está apoiando a RD Congo na investigação do atentado.

A Monusco também expressou seus pêsames às famílias das vítimas, ao povo congolês e ao governo, e disse que “não poupará esforços ao lado das forças de segurança e defesa congolesas e das autoridades para neutralizar os autores desses atos de terror”.