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Europa e Oriente Médio devem impulsionar turismo para níveis pré-pandemia em 2023

Turistas exploram histórico mercado Chandni Chowk em Delhi, na Índia.
UN News/Elizabeth Scaffidi
Turistas exploram histórico mercado Chandni Chowk em Delhi, na Índia.

Europa e Oriente Médio devem impulsionar turismo para níveis pré-pandemia em 2023

Desenvolvimento econômico

Organização Mundial do Turismo, OMT, espera que recuperação seja de 80% a 95%; fluxo de turistas chineses pode acelerar melhora no setor, especialmente na Ásia e Pacífico.

A Organização Mundial do Turismo, OMT, afirma que neste ano o setor pode voltar aos mesmos níveis registrados antes da pandemia de Covid-19 na Europa e no Oriente Médio.

Segundo a avaliação da agência da ONU, a expectativa é que os turistas internacionais busquem, cada vez mais, uma boa relação custo-benefício e viajem para mais perto de casa em resposta ao clima econômico desafiador.

Passeios de balão em um dos Parques Nacionais da Tanzânia.
TTB Video screenshot
Passeios de balão em um dos Parques Nacionais da Tanzânia.

 

Tendência positiva

Após uma recuperação acima do esperado no ano passado e com base nas tendências para 2023, a OMT espera que as chegadas globais de turistas internacionais fiquem de 80% a 95% dos níveis pré-pandêmicos.

O resultado pode depender da extensão da desaceleração econômica, da recuperação contínua das viagens na Ásia e no Pacífico e da evolução do conflito na Ucrânia, entre outros fatores.

A OMT antecipa um ano forte para o setor, mesmo diante de diversos desafios, incluindo a situação econômica e a contínua incerteza geopolítica.

Recuperação contínua

De acordo com a OMT, mais de 900 milhões de turistas internacionais viajaram no ano passado. O número é o dobro registrado em 2021, embora ainda 63% dos níveis pré-pandêmicos.

Todas as regiões registraram aumentos notáveis em chegadas internacionais.

O Oriente Médio liderou a lista subindo para 83% dos números pré-pandêmicos. A Europa atingiu quase 80% desse patamar ao receber 585 milhões de turistas em 2022.

A África e as Américas recuperaram cerca de 65% do movimento antes da pandemia, enquanto a Ásia e Pacífico atingiram apenas 23%, devido a uma pandemia mais forte e restrições que começaram a ser removidas apenas nos últimos meses.

O primeiro Barômetro Mundial de Turismo da OMT de 2023 também analisa o desempenho por região e confere os melhores desempenhos em 2022, incluindo vários destinos que já recuperaram os níveis de 2019.

De acordo com a OMT, mais de 900 milhões de turistas internacionais viajaram no ano passado
Unsplash/Patrick Campanale
De acordo com a OMT, mais de 900 milhões de turistas internacionais viajaram no ano passado

Demanda interna

O secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, disse que o ano novo traz mais motivos para otimismo no turismo global.

Ele reforçou que a agência prevê um ano forte para o setor, mesmo diante de diversos desafios, incluindo a situação econômica e a contínua incerteza geopolítica.

Para o chefe da OMT, mais pessoas devem viajar em 2023 e a demanda por viagens domésticas e regionais deve seguir forte, ajudando a impulsionar a recuperação mais ampla.

Turistas chineses devem voltar

A diminuição nas restrições de viagem relacionadas ao Covid-19 na China, o maior mercado do mundo em 2019, é um passo significativo para a recuperação do turismo na Ásia e Pacífico e no resto do globo.

De acordo com a OMT, no curto prazo, com os chineses viajando, os destinos asiáticos em particular devem se beneficiar.

No entanto, a agência adverte que isso será definido pela disponibilidade e custo das viagens aéreas, regulamentos de vistos e restrições relacionadas ao Covid-19 nos destinos.

Em meados de janeiro, um total de 32 países tinha restrições específicas relacionadas a viagens da China, principalmente na Ásia e na Europa.

Estados Unidos

A forte demanda dos Estados Unidos, apoiada por um dólar americano forte, continuará a beneficiar destinos na região e fora dela.

A OMT avalia que a Europa continuará a desfrutar de fortes fluxos de viagens dos americanos, em parte devido a um euro mais fraco em relação ao dólar americano.

Aumentos notáveis nas receitas do turismo internacional foram registrados na maioria dos destinos, em vários casos superiores ao crescimento das chegadas.

A situação tem sido apoiada pelo aumento do gasto médio por viagem devido a períodos de permanência mais longos, a disposição dos viajantes de gastar mais em seu destino e maiores custos de viagem devido à inflação.