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Quase 1 bilhão de pessoas atendidas por clínica sem eletricidade garantida

Um alerta sobre a situação da falta de energia elétrica em várias instalações de saúde pelo mundo chamou a atenção de autoridades neste fim de semana.
© Unfpa/Andriy Kravchenko
Um alerta sobre a situação da falta de energia elétrica em várias instalações de saúde pelo mundo chamou a atenção de autoridades neste fim de semana.

Quase 1 bilhão de pessoas atendidas por clínica sem eletricidade garantida

Saúde

Em relatório, divulgado no fim de semana, agências internacionais incluindo a Organização Mundial da Saúde alertam para o problema em países de rendas baixa e média baixa; acesso à energia elétrica é crucial para emergências de saúde incluindo partos e ataques cardíacos.

Um alerta sobre a situação da falta de energia elétrica em várias instalações de saúde pelo mundo chamou a atenção de autoridades neste fim de semana.

Em relatório, compilado por organizações internacionais como o Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde, OMS, e a Agência Internacional de Energia Renovável, Irena, especialistas dizem que quase 1 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso a atendimento de saúde com eletricidade garantida.

O problema ocorre em países de rendas baixa e média baixa e atinge uma em cada oito pessoas da população mundial. O relatório também contou com a participação da entidade Energia Sustentável para Todos.
© OIT/Bobot Go
O problema ocorre em países de rendas baixa e média baixa e atinge uma em cada oito pessoas da população mundial. O relatório também contou com a participação da entidade Energia Sustentável para Todos.

Saúde para todos

O problema ocorre em países de rendas baixa e média baixa e atinge uma em cada oito pessoas da população mundial. O relatório também contou com a participação da entidade Energia Sustentável para Todos.

O documento explica que o acesso à energia elétrica é essencial no fornecimento de cuidados médicos de qualidade. Desde o parto de bebês à emergência como ataques cardíacos ou imunização que salva vidas. Sem eletricidade, fica impossível também garantir a Cobertura Universal de Saúde, que é um dos objetivos da OMS.

Durante a apresentação do documento, no sábado, a diretora-geral assistente da OMS, Maria Neira, lembrou que a energia elétrica numa instalação de saúde pode significar a diferença entre viver ou morrer.

O relatório “Energizando a Saúde: Acelerando o Acesso à Eletricidade em Instalações de Saúde” fornece dados sobre a eletricidade em países pobres e projeta os investimentos necessários.

 Mesmo assim, em países do sul da Ásia e na África Subsaariana, mais de uma em 10 clínicas de saúde não tem eletricidade. E o acesso a energia elétrica é instável para a metade das instalações de saúde na África Subsaariana.
UNICEF
Mesmo assim, em países do sul da Ásia e na África Subsaariana, mais de uma em 10 clínicas de saúde não tem eletricidade. E o acesso a energia elétrica é instável para a metade das instalações de saúde na África Subsaariana.

Ásia e África Subsaariana

Energia elétrica não é só uma condição para conectar aparelhos ou lâmpadas, mas também para ligar dispositivos e equipamentos que medem sinais vitais de saúde como a pressão arterial e a frequência do coração, além de ser vital para situações de emergência.

Clínicas que têm eletricidade garantida conseguem esterilizar equipamentos, conectar máquinas e preservar vacinas, por exemplo.


Mesmo assim, em países do sul da Ásia e na África Subsaariana, mais de uma em 10 clínicas de saúde não tem eletricidade. E o acesso a energia elétrica é instável para a metade das instalações de saúde na África Subsaariana.

Embora, tenha havido progressos nos últimos anos, quase 1 bilhão de pessoas seguem sem acessar clínicas com energia elétrica garantida. Para se ter uma ideia, esse número equivale a toda a população da Indonésia, dos Estados Unidos, do Paquistão e da Alemanha juntos.

O Banco Mundial lembra que quase dois terços das instalações de saúde nos países pesquisados precisam de uma intervenção urgente como uma nova conexão elétrica ou um gerador.
© Unicef/Veronica Houser
O Banco Mundial lembra que quase dois terços das instalações de saúde nos países pesquisados precisam de uma intervenção urgente como uma nova conexão elétrica ou um gerador.

Padrões mínimos de eletricidade

O Banco Mundial lembra que quase dois terços das instalações de saúde nos países pesquisados precisam de uma intervenção urgente como uma nova conexão elétrica ou um gerador.

E cerca de US$ 4,9 bilhões são necessários para atualizar as instalações com padrões mínimos de eletricidade.

Uma das propostas é introduzir soluções descentralizadas de energia sustentável. Como os sistemas solares fotovoltaicos que são baratos e limpos. Além disso, eles podem ser rapidamente instalados sem a necessidade de se esperar pela chegada de uma rede central de energia.

Por último, os sistemas de cuidados com a saúde e instalações médicas são, cada vez mais, afetados pelos impactos da mudança climática. A construção de sistemas resilientes ao clima levará a serviços que poderão lidar com eventos de temperatura extrema.