Quase 1 bilhão de pessoas atendidas por clínica sem eletricidade garantida
Em relatório, divulgado no fim de semana, agências internacionais incluindo a Organização Mundial da Saúde alertam para o problema em países de rendas baixa e média baixa; acesso à energia elétrica é crucial para emergências de saúde incluindo partos e ataques cardíacos.
Um alerta sobre a situação da falta de energia elétrica em várias instalações de saúde pelo mundo chamou a atenção de autoridades neste fim de semana.
Em relatório, compilado por organizações internacionais como o Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde, OMS, e a Agência Internacional de Energia Renovável, Irena, especialistas dizem que quase 1 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso a atendimento de saúde com eletricidade garantida.
Saúde para todos
O problema ocorre em países de rendas baixa e média baixa e atinge uma em cada oito pessoas da população mundial. O relatório também contou com a participação da entidade Energia Sustentável para Todos.
O documento explica que o acesso à energia elétrica é essencial no fornecimento de cuidados médicos de qualidade. Desde o parto de bebês à emergência como ataques cardíacos ou imunização que salva vidas. Sem eletricidade, fica impossível também garantir a Cobertura Universal de Saúde, que é um dos objetivos da OMS.
Durante a apresentação do documento, no sábado, a diretora-geral assistente da OMS, Maria Neira, lembrou que a energia elétrica numa instalação de saúde pode significar a diferença entre viver ou morrer.
O relatório “Energizando a Saúde: Acelerando o Acesso à Eletricidade em Instalações de Saúde” fornece dados sobre a eletricidade em países pobres e projeta os investimentos necessários.
Ásia e África Subsaariana
Energia elétrica não é só uma condição para conectar aparelhos ou lâmpadas, mas também para ligar dispositivos e equipamentos que medem sinais vitais de saúde como a pressão arterial e a frequência do coração, além de ser vital para situações de emergência.
Clínicas que têm eletricidade garantida conseguem esterilizar equipamentos, conectar máquinas e preservar vacinas, por exemplo.
Mesmo assim, em países do sul da Ásia e na África Subsaariana, mais de uma em 10 clínicas de saúde não tem eletricidade. E o acesso a energia elétrica é instável para a metade das instalações de saúde na África Subsaariana.
Embora, tenha havido progressos nos últimos anos, quase 1 bilhão de pessoas seguem sem acessar clínicas com energia elétrica garantida. Para se ter uma ideia, esse número equivale a toda a população da Indonésia, dos Estados Unidos, do Paquistão e da Alemanha juntos.
Padrões mínimos de eletricidade
O Banco Mundial lembra que quase dois terços das instalações de saúde nos países pesquisados precisam de uma intervenção urgente como uma nova conexão elétrica ou um gerador.
E cerca de US$ 4,9 bilhões são necessários para atualizar as instalações com padrões mínimos de eletricidade.
Uma das propostas é introduzir soluções descentralizadas de energia sustentável. Como os sistemas solares fotovoltaicos que são baratos e limpos. Além disso, eles podem ser rapidamente instalados sem a necessidade de se esperar pela chegada de uma rede central de energia.
Por último, os sistemas de cuidados com a saúde e instalações médicas são, cada vez mais, afetados pelos impactos da mudança climática. A construção de sistemas resilientes ao clima levará a serviços que poderão lidar com eventos de temperatura extrema.