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ONU passa a verificar reforma rural e assuntos étnicos na Colômbia

Ana Lucía Yamá é uma indígena Tatag e uma das integrantes do programa 'Valientes' do Acnur e da ONU Mulheres, que visa conscientizar sobre a situação enfrentada por centenas de mulheres colombianas e venezuelanas.
UNHCR/Colombia
Ana Lucía Yamá é uma indígena Tatag e uma das integrantes do programa 'Valientes' do Acnur e da ONU Mulheres, que visa conscientizar sobre a situação enfrentada por centenas de mulheres colombianas e venezuelanas.

ONU passa a verificar reforma rural e assuntos étnicos na Colômbia

Paz e segurança

Enviado do secretário-geral no país, Carlos Ruiz Massieu, diz haver muitas oportunidades para consolidar a paz; México acolhe nova rodada de negociações entre governo e rebeldes do Exército de Libertação Nacional.

O Conselho de Segurança ampliou esta quarta-feira o mandato da Missão de Verificação das Nações Unidas na Colômbia para passar a acompanhar a reforma rural e os assuntos étnicos.

A medida adotada por unanimidade inclui as tarefas previstas no Acordo de Paz, assinado em 2016 entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Farc.

Vice-presidente colombiana

A votação da resolução 2673, em Nova Iorque, foi acompanhada pela vice-presidente colombiana Francia Márquez e pelo ministro das Relações Exteriores Álvaro Leyva Durán.

As novas medidas foram recomendadas pelo secretário-geral. Em relatório, António Guterres sugeriu que a atuação da missão passe a enfatizar tais elementos por serem “essenciais para consolidar a paz, abordando padrões profundamente enraizados de desigualdade e exclusão de regiões rurais e povos étnicos”.

Na sessão, o enviado especial do secretário-geral a Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, disse que a medida permitirá que a missão aumente sua contribuição para construção da paz no país, para a qual destacou haver muitas oportunidades.

Cessar-fogo

O também chefe da Missão da ONU na Colômbia aponta que o novo ano é marcado pelo anúncio de um cessar-fogo de seis meses pelo presidente colombiano frente a “vários atores armados ilegais operando em áreas do país”.

Massieu disse que se a trégua for projetada e executada com comprometimento poderá reduzir a violência e o sofrimento das comunidades afetadas por conflitos e criar confiança nos processos de diálogo.

Em fevereiro, o México acolhe mais uma rodada de negociações entre o governo e o Exército de Libertação Nacional. As duas partes concluíram a etapa de diálogos na Venezuela “em um ambiente construtivo” em dezembro.

Para o enviado, o reinício das discussões é amplamente apoiado pela sociedade colombiana e estimado especialmente pelas comunidades afetadas pelo conflito em várias regiões.

Para a ONU, os diálogos do governo com os grupos armados ilegais pelo fim da violência “contribuirá muito para gerar as condições de segurança necessárias para que as diferentes disposições do Acordo Final de Paz se concretizem”.

No ano passado, 12 ex-combatentes das Farc foram mortos, elevando para 355 o número registrado desde a assinatura do acordo de paz. Um total de 50 ex-combatentes fora morto em 2022, numa queda de 7,4% em comparação com 2021.