OMS: Alta de Covid-19 na China não deve ter um “impacto significativo” na Europa

Região já teve as duas variantes do vírus que circulam na China; diretor regional da agência de saúde da ONU, Hans Kluge, pede medidas preventivas de viagem proporcionais e não discriminatórias.
O diretor regional da Organização Mundial da Saúde, OMS, para a Europa disse que o aumento contínuo de casos de Covid-19 na China não deve ter um impacto significativo na situação epidemiológica na região.
Em entrevista online, Hans Kluge disse que o surto de duas variantes do vírus que circulam na China já ocorreu na Europa e em outros lugares.
As autoridades chinesas tentam combater uma onda de casos desde a decisão do governo de suspender quase três anos de restrições. Agências de notícias informaram que 90% de residentes da província de Henan foram infectados.
Para o responsável na Europa, a região carece de ciência, vigilância e responsabilidade num momento em que o mundo transita para o quarto ano da pandemia.
No campo científico, Hans Kluge pediu aos países europeus que tomem medidas “proporcionais e não discriminatórias” em relação aos viajantes da China.
Já em relação à vigilância, ele pediu que haja antecipação, detecção e resposta atempada aos casos da doença e a qualquer ameaça emergente à saúde.
Hans Kluge notou que em 2022, muitos países reduziram muito sua capacidade de vigilância. Nas primeiras cinco semanas do ano, a agência recebeu informações sobre variantes detectadas em 1,2 milhão de casos. Este número caiu para 90 mil nas últimas cinco semanas do período.
Hans Kluge pediu que os governos e o público na Europa e na Ásia Central redobrem seus esforços para implementar estratégias que se mostraram eficazes e evitar a complacência.
O chefe da OMS na Europa recomenda mais investimentos e compromisso com a vigilância, a virologia e a genômica, além da proteção da força de trabalho do setor da saúde.
Ele pediu que continuem sendo implementadas as medidas para estabilizar a pandemia, que se mostraram muito eficazes para reduzir o impacto de outras infecções respiratórias em particular, a gripe.
Entre elas estão aumentar a aceitação da vacina, administrar mais doses de vacina a grupos prioritários, promover o uso de máscaras em ambientes fechados e nos transportes públicos.
A OMS também sugere ações como ventilar espaços lotados e públicos, além de se fornecer tratamento precoce e apropriado para os pacientes com risco de doença grave.