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ONU agradece a Indonésia pelo resgate de refugiados à deriva no mar

Refugiados rohingya desembarcam depois de viajar de barco de Mianmar, na Baía de Bengala, para Cox's Bazar, em Bangladesh. (Arquivo)
© Unicef/Patrick Brown
Refugiados rohingya desembarcam depois de viajar de barco de Mianmar, na Baía de Bengala, para Cox's Bazar, em Bangladesh. (Arquivo)

ONU agradece a Indonésia pelo resgate de refugiados à deriva no mar

Migrantes e refugiados

Pescadores e autoridades locais participaram do resgate de mais de 200 pessoas que cruzavam águas da região; Agência de Refugiados da ONU, Acnur, agradece por “ato de humanidade”; testemunhas afirmam que 26 pessoas morreram.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, expressou alívio após o resgate de mais de 200 pessoas que estavam à deriva no mar a pelo menos um mês na região da Indonésia.

O grupo foi resgatado por pescadores indonésios e autoridades locais. Os sobreviventes desembarcaram em dois grupos, cerca de 58 no último domingo e 174 na segunda-feira.

Refugiados rohingya chegam de barco de Mianmar, na baía de Bengala, a Teknaf, no distrito de Cox's Bazar, em Bangladesh. (Arquivo)
© Unicef/Patrick Brown
Refugiados rohingya chegam de barco de Mianmar, na baía de Bengala, a Teknaf, no distrito de Cox's Bazar, em Bangladesh. (Arquivo)

Atendimento aos sobreviventes

A representante do Acnur na Indonésia, Ann Maymann, agradeceu o “ato de humanidade” dos envolvidos no resgate. Para ela, essas ações ajudam a salvar vidas.

Os sobreviventes receberam cuidados médicos urgentes para tratar exaustão e desidratação. De acordo com as testemunhas, as péssimas condições a bordo provocaram a morte de 26 pessoas no mar.

Segundo o Acnur, muitas das pessoas resgatadas requerem atenção médica urgente para estabilizar seu estado de saúde. A agência também está enviando mais suprimentos e funcionários para ajudar as comunidades e autoridades a apoiar os resgatados.

Jornada arriscada

Neste ano, mais de 2 mil pessoas fizeram viagens marítimas arriscadas no Mar de Andamão e na Baía de Bengala. Cerca de 200 pessoas morreram na travessia. Muitos dos refugiados são homens, mulheres e crianças Rohingya, que fugiram da perseguição em Mianmar para Bangladesh em 2017.

O Acnur também está trabalhando para confirmar relatos de que um barco adicional com 180 pessoas a bordo ainda está desaparecido no mar, com todos os passageiros dados como mortos.

A agência da ONU destacou que todos os países da região “devem cumprir suas obrigações legais” de salvar pessoas em barcos em perigo para evitar mais miséria e mortes.

Compromisso da Indonésia

Os últimos dados da ONU indicam que, nas últimas seis semanas, a Indonésia ajudou a salvar 472 pessoas de quatro barcos. Isso demonstra “seu compromisso e respeito aos princípios humanitários básicos para pessoas que enfrentam perseguições e conflitos”.

O Acnur lamenta que muitos outros países não agiram apesar dos numerosos pedidos de ajuda, apelando para que mais nações da região sigam o exemplo da Indonésia.