Crise de violência da RD Congo é tema de reunião diplomática no Quênia
Nairóbi III deverá ser dirigida pelo ex-presidente do país Uhuru Kenyatta; Agência da ONU para Refugiados, Acnur, preocupada com retorno forçado de cidadãos congoleses que pediram asilo a outros países.
A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Monusco, está ajudando a preparar um encontro entre o governo congolês e grupos armados ativos. A sessão ocorrerá no Quênia.
A reunião Nairóbi III ocorre no fim deste mês sob a liderança do ex-presidente queniano Uhuru Kenyatta.
Pedido de asilo rejeitado
A Monusco informou que atua junto a todas as partes relevantes apoiando com “os meios diplomáticos e políticos” para enfrentar a onda de violência no leste da RD Congo.
Confrontos na região levaram a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, a pedir o fim do retorno forçado de congoleses, incluindo candidatos a asilo em outros países. A maior preocupação é com residentes das províncias orientais.

A diretora do Acnur para a Proteção, Elizabeth Tan, defende o fim das deportações de habitantes das províncias de Kivu do Norte, Kivu do Sul e Ituri, mesmo em casos em que seus pedidos de asilo tenham sido rejeitados.
A representante explicou que muitas dessas pessoas estão dentro dos critérios para obter o reconhecimento legal como refugiados, com base na Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951.
Mortes e deslocamentos
O Acnur indica ainda que o aumento de ataques a civis deslocados que foram registrados nessas províncias nos últimos meses é outra preocupação.
Desde fevereiro, a ONU confirmou mil mortes e mais de 188 mil deslocamentos após confrontos entre o grupo rebelde M23 e o Exército congolês que ocorreram desde outubro. Ao todo, o país tem 5,6 milhões desalojados.
Para o Acnur, a República Democrática do Congo é uma das maiores crises humanitárias do mundo. A agência fez um apelo aos países para que deem atenção aos que fogem da situação com um sentido de “respeito moral” e responsabilidade.