China e Índia puxam alta regional de 3,4 milhões em novos pedidos de patentes
Desenvolvimento econômico
Atividade de inovadores indianos e chineses geram mais de dois terços de novas marcas e designs na Ásia; concessão de patentes pelo Brasil cresce dois dígitos pelo segundo ano consecutivo; Ompi diz que melhora em inovadores é sinal de resiliência do ecossistema global durante a pandemia.
As Nações Unidas informaram que o registro global de propriedade intelectual, patentes e designs atingiu novos recordes em 2021. Pelo menos 3,4 milhões de novos pedidos de patentes foram confirmados pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Ompi.
A Ásia impulsionou a alta de 3,6% de inovadores em relação ao ano anterior. O continente quebrou a marca de dois terços do total global, com 67,6% dos pedidos. Esta realidade se deve à forte atividade da China e Índia, com mais 5,5%. A Coreia do Sul também ascendeu com cerca de 2,5%.
Brasil
Quanto a marcas, a China teve o mais alto volume de registro de patentes ao totalizar 9,5 milhões. A seguir aparecem Estados Unidos, União Europeia, Índia e Reino Unido. Ao todo, a Ásia teve mais 25% de registros durante o ano, em relação aos 44,7% em 2011.
Ompi associa o crescimento no registro de novas marcas à explosão da atividade empresarial
A Europa caiu de 31,6%, em 2011, para 15,7% em 2021. A América do Norte respondeu por 5,9% do total mundial em 2021. África, América Latina e Caribe e Oceania combinados apresentaram 8,7% em 2021.
O Brasil é mencionado pela Ompi pela evolução nos registros feitos no país com autores estrangeiros. O país concedeu mais 31,7% de patentes do que em 2020, no segundo ano consecutivo de altas de dois dígitos.
Candidatos não residentes impulsionaram o crescimento ao atingirem 80,7% dos pedidos feitos. Já os inovadores brasileiros colocaram o seu país no topo da classificação da origem de candidaturas na região da América Latina e Caribe.
África, América Latina e Caribe e Oceania
A América do Norte concentrou 18,5% do total mundial de marcas, enquanto países da Europa representaram pouco mais de um décimo. Na África, América Latina e Caribe e Oceania combinados, o total foi de 3,4% em 2021.
No período analisado, a atividade de patenteamento local nos Estados Unidos recuou 1,2%, no Japão 1,7% e na Alemanha 3,9%. A maioria das economias globais viu crescer a atividade de registro de marcas com um total de 18,1 milhões, ou mais 5,5% quando comparado a 2020.
Eestudante do ensino médio Nanako Wachi, premiada pela Ompi por ter inventado uma nova cadeira de rodas que se move facilmente sobre degraus
Ao mesmo tempo que o registro e patentes e marcas, a agência acompanha ainda as categorias de variedade de plantas e desenhos industriais.
A Ompi associa o crescimento no registro de novas marcas à explosão da atividade empresarial e aos negócios de capital de risco, após as interrupções na pandemia. A agência da ONU ressalta que esse fato demonstra a resiliência do ecossistema global de inovação durante o auge da Covid-19. A situação contraria a tendência de desacelerações econômicas anteriores.
Pandemia
O relatório Indicadores de Propriedade Intelectual 2022 ressalta que a alta nas iniciativas inovadoras em todo o mundo é acompanhada pela evolução de 9,2% da atividade de registro de design no campo industrial. A Ásia lidera esse crescimento e a tendência é contínua e sustentada.
Para o diretor-geral da Ompi, Daren Tang, a força do registro de propriedade intelectual durante a pandemia mostrou que pessoas continuaram a inovar e criar, apesar das interrupções econômicas e sociais causadas pela crise global.
O chefe da agência ressaltou, no entanto, que essa resiliência não é um dado adquirido e alertou para as previsões de uma nova crise econômica e aumento das tensões geopolíticas.
Os desafios das mudanças climáticas e o alcance dos ODS também requerem que aumente o apoio aos inovadores e criadores para que eles possam “usar o sistema de propriedade intelectual para gerar novas ideias e criar um impacto transformador.