Semana Mundial de Conscientização Antimicrobiana promove união para manter a eficácia dos medicamentos
OMS quer conter fenômeno que aumenta risco de propagação de doenças, de casos graves e mortes; cerca de 1,3 milhão de pessoas morrem por ano devido ao problema; novo plano para África quer travar resistência à artemisinina, usada para combater a malária.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, começa a Semana Mundial de Conscientização Antimicrobiana com uma nova plataforma que reforça o tamanho da ameaça. Estima-se que 1,3 milhão de pessoas morram a cada ano devido aos efeitos diretos da resistência bacteriana aos antimicrobianos.
“Juntos, prevenindo a resistência antimicrobiana” é o tema da iniciativa que acontece de 18 a 24 de novembro. As mensagens destacam os perigos do fenômeno para humanos, animais, plantas, ecossistemas e meios de subsistência.
Doenças, risco de casos graves e mortes
A resistência antimicrobiana ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas sofrem mutações ao longo do tempo e não respondem mais aos medicamentos. A situação torna as infecções mais difíceis de tratar e aumenta o perigo de propagação de doenças e os riscos de casos graves e mortes com a baixa eficácia dos antibióticos e de outros medicamentos antimicrobianos.
Em 2015, a 68ª Assembleia Mundial da Saúde adotou o plano de ação global para enfrentar o problema da resistência aos antibióticos e a outros medicamentos antimicrobianos. Um dos principais objetivos é aumentar a consciencia e a compreensão da questão por meio de uma comunicação eficaz, educação e treinamento.
Na campanha global, a OMS atua em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, e a Organização Mundial de Saúde Animal, Omsa.
Aumento do número de óbitos
A iniciativa promove práticas essenciais para baixar a taxa de surgimento e disseminação de doenças devido à resistência bacteriana aos antimicrobianos, incluindo o público, os envolvidos e políticos.
O apelo aos envolvidos é que promovam o uso correto de medicamentos antimicrobianos e fortaleçam as medidas preventivas para combater o problema da resistência, trabalhando de forma coordenada.
A OMS alerta que sem qualquer ação, o número de óbitos pode aumentar drasticamente. Outras consequências da resistência bacteriana aos remédios antimicrobianos são a alta de custos da saúde pública e o aumento de pessoas empurradas para a pobreza, especialmente em países de baixa renda.
África e resistência à artemisinina
A Semana Mundial de Conscientização Antimicrobiana promove ainda uma nova estratégia para responder ao problema na África, onde é reportada a resistência à artemisinina, que combate o parasita vetor da malária.
Em relação ao composto que faz parte dos medicamentos mais eficazes para tratar a doença, a OMS aponta “sinais preocupantes de resistência” a remédios que fazem parte da combinação.
Para manter a eficácia da artemisinina, o plano recomenda 20 medidas. A prioridade é gerar dados padronizados sobre a ação dos medicamentos, promover o acesso equitativo a diagnósticos e medicamentos de qualidade.
A estratégia também recomenda que seja assegurada a cobertura ideal de controle de vetores em áreas prioritárias, criando ferramentas inovadoras para limitar a infecção e transmissão e uma atuação baseada no contexto africano, com o apoio de parceiros em níveis global e regional.