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ONU apoia comunidades após eventos climáticos na América Latina e Caribe

Furacão Iota causou destruição e inundações em toda a Nicarágua, deixando milhares de pessoas desabrigadas
© UNICEF/Inti Ocon/AFP-Services
Furacão Iota causou destruição e inundações em toda a Nicarágua, deixando milhares de pessoas desabrigadas

ONU apoia comunidades após eventos climáticos na América Latina e Caribe

Clima e Meio Ambiente

Programa Mundial de Alimentos entregou ajuda a cerca de 800 mil pessoas na região entre setembro e outubro; países foram afetados por três furacões; agência precisa de US$ 366 milhões para cobrir custos operacionais nos próximos seis meses.

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, está fornecendo alimentos para cerca de 800 mil pessoas afetadas por três furacões que atingiram América Latina e Caribe em setembro e outubro.

Fiona, Ian e Julia ganharam força no Oceano Atlântico e causaram fortes chuvas, inundações e deslizamentos de terra. Além de alimentação, o PMA também está entregando apoio logístico e técnico a governos e parceiros. Antes da temporada de furacões, a agência pré-posicionou mantimentos e pessoal em toda a região.

Furacão Ian atinge a costa perto de Cayo Costa, Flórida, como uma tempestade de categoria 4
© Noaa
Furacão Ian atinge a costa perto de Cayo Costa, Flórida, como uma tempestade de categoria 4

Construção de resiliência para lidar com crescente insegurança alimentar

Olhando além da resposta imediata, o PMA está fortalecendo a resiliência das comunidades, ajudando na adaptação às mudanças climáticas. A agência planeja atingir 9 milhões de pessoas este ano e precisa de US$ 366 milhões para cobrir seus custos operacionais nos próximos seis meses.

No primeiro semestre de 2022, o PMA ajudou mais de 630 mil pessoas por meio de atividades como restauração de terras e florestas, introdução de práticas mais resilientes ao clima, criação de ativos e geração de renda e acesso a seguros climáticos.

Na COP27, o PMA pediu investimento na construção de resiliência das comunidades para que os mais vulneráveis ​​sejam capazes de resistir melhor aos choques.

Além dos padrões climáticos extremos, uma lenta recuperação das consequências econômicas da pandemia de Covid-19 e os efeitos em cascata da guerra na Ucrânia estão empurrando milhões para a insegurança alimentar.

Atualmente, quase 10,6 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe enfrentam insegurança alimentar, contra 8,7 milhões em janeiro deste ano.

Ajuda humanitária

Após o furacão Fiona atingir a República Dominicana, 5,8 mil pessoas foram atendidas com alimentos. Pela primeira vez, antes do furacão, foram feitas transferências de dinheiro para mais de 2,2 mil pessoas, com base nas previsões meteorológicas.

A agência também doou 75 toneladas de alimentos nutritivos fortificados para 17,5 mil pessoas. Equipes de satélite e linhas de serviço foram entregues ao centro de operações de emergência do governo.

Com o furacão Ian, 500 mil cubanos foram atendidos com arroz, feijão e óleo para dois meses. Já em Honduras, o PMA distribuiu 8 mil cestas básicas, o suficiente para 40 mil pessoas durante um mês.

Furacão Julia

Com o furacão Julia, o PMA e parceiros ajudaram 35 mil pessoas em La Guajira, na Colômbia, com alimentos, higiene, abrigo e água para cobrir suas necessidades básicas.

Outras 12 mil pessoas receberão alimentação, dinheiro e vales-compras. Além disso, o PMA forneceu apoio logístico ao governo para distribuir 117 toneladas métricas de alimentos aos afetados.

Em El Salvador, 4,7 mil pessoas em mais de 50 abrigos em todo o país foram atendidas e 7,2 mil receberão dinheiro por três meses, permitindo que os beneficiários comprem alimentos perto de suas casas.

Na Nicarágua, a agência começou a entregar alimentos cerca de 24 horas após a passagem do furacão. Pelo menos 27,5 mil pessoas, principalmente mulheres chefes de família, receberam cestas básicas. Também foi prestado apoio logístico e operacional. Cerca de 83 mil pessoas também receberam ajuda na Guatemala.