Falta de prestação de contas sobre armas químicas na Síria seria um fracasso

Chefe de desarmamento da ONU defende busca de justiça para as vítimas; Conselho de Segurança seguiu o 109º relatório mensal confirmando a destruição de todas as instalações de produção antes declaradas pelo país.
O Conselho de Segurança realizou uma reunião nesta segunda-feira que teve como foco o progresso na eliminação do programa de armas químicas na Síria.
A alta representante para os Assuntos de Desarmamento da ONU, Izumi Nakamitsu, disse aos 15 Estados-membros do órgão que é imprescindível identificar e responsabilizar todos os que usaram o tipo de armamento.
Ela declarou que se isso não for feito, o fracasso não seria apenas na falha em fazer justiça às vítimas, mas também continuaria a “erosão constante do tabu contra o uso de armas químicas” e seria estabelecido um precedente perigoso.
Para a chefe do desarmamento da ONU, somente responsabilizando e permitindo a prestação de contas será possível restaurar totalmente o tabu em relação a essas armas. Ela apelou à união do Conselho de Segurança em torno da questão.
Cerca de 20 pontos sobre a Síria ainda estão pendentes desde 2019. A secretaria técnica da Organização para a Proibição das Armas Químicas, Opaq, ainda não recebeu informações solicitadas ao país com um conflito há cerca de 12 anos.
Izumi Nakamitsu considera a cooperação das duas partes “essencial para encerrar todas as questões sobre armas químicas” que estão ainda por resolver na Síria. Ela disse que lacunas, inconsistências e discrepâncias identificadas e ainda sem solução mantêm o país há anos sob atenção mensal do Conselho.
A representante ressaltou que, na atual fase, as declarações feitas pela Síria não podem ser consideradas “precisas e completas” de acordo com a Convenção sobre Armas Químicas.
O 109º relatório mensal do secretário-geral, apresentado na reunião, confirma a destruição de todas as 27 instalações de produção de armas químicas que foram declaradas pelo país.