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Na COP27, Guterres sugere Pacto de Solidariedade Climática

Secretário-geral António Guterres na abertura da COP27
UNIC Tóquio/Momoko Sato
Secretário-geral António Guterres na abertura da COP27

Na COP27, Guterres sugere Pacto de Solidariedade Climática

Clima e Meio Ambiente

Secretário-geral disse que entendimento seria alternativa ao suicídio coletivo; discurso chama a atenção para progressos lentos após décadas de negociações climáticas para salvar o planeta do aquecimento excessivo; esforço para reduzir danos envolveria apoio de países mais ricos e de instituições financeiras a economias em desenvolvimento.

O secretário-geral das Nações Unidas discursou esta segunda-feira na Cúpula da Implementação sobre o Clima, na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP27. António Guterres destacou que o evento, que começou no domingo em Sharm el-Sheikh, no Egito, relembra aos participantes que a resposta à crise está nas mãos da atual geração.

O líder da organização ressaltou que décadas de negociações climáticas levaram a um avanço que não é suficiente para salvar o planeta do aquecimento excessivo.

Guterres disse que o tempo está passando, enquanto o mundo luta para salvar vidas e está perdendo.
© Unsplash/Fabian Wiktor
Guterres disse que o tempo está passando, enquanto o mundo luta para salvar vidas e está perdendo.

Transição para energia renovável

Guterres disse que o tempo está passando, enquanto o mundo luta para salvar vidas e está perdendo. Ele ressaltou que as emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo, as temperaturas globais subindo e o planeta se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível.

Guterres sugeriu que seja criado um acordo histórico entre economias desenvolvidas e emergentes. Em sua análise, o que se chamaria Pacto de Solidariedade Climática envolveria um esforço extra para reduzir as emissões ainda nesta década alinhado com a meta de 1,5º C.

A proposta teria países mais ricos e instituições financeiras internacionais fornecendo fundos e auxílio técnico para ajudar as economias emergentes a acelerar a própria transição para energia renovável.

Outras medidas seriam acabar com a dependência de combustíveis fósseis e a construção de novas usinas de carvão, além de fornecer energia universal, acessível e sustentável para todos e criar uma estratégia comum combinando economias desenvolvidas e emergentes, suas capacidades e recursos em benefício da humanidade.

Uma plenária da COP27 retrata o logan oficial da Presidência egípcia: "Juntos pela Implementação".
UNIC Tóquio/Momoko Sato
Uma plenária da COP27 retrata o logan oficial da Presidência egípcia: "Juntos pela Implementação".

“Retrocessos e branqueamento ecológico”

António Guterres apontou os Estados Unidos e China como economias com responsabilidade particular em unir esforços para alcançar os objetivos desse entendimento que considera “a única esperança de cumprir as metas climáticas”.

O secretário-geral ressaltou que “a humanidade tem uma escolha: cooperar ou perecer”. Nessa realidade, a opção seria ou “Pacto de Solidariedade Climática ou um Pacto Coletivo de Suicídio”.

Nesta semana, o mundo atingirá a marca de oito bilhão de habitantes. O chefe da ONU lembrou que outra escolha seria trabalhar juntos agora para reduzir as emissões ou condenar as gerações futuras à catástrofe climática.

No discurso, ele ressaltou ainda a urgência para conter o ritmo da mudança climática, durante as negociações destas duas semanas da COP27.

Guterres mencionou que crises como a guerra da Rússia na Ucrânia, a inflação e a escassez de energia não devem ser uma desculpa para retrocessos e greenwashing. E que são razões para uma maior urgência, ação mais forte e responsabilização efetiva.