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Mortes por violência contra pessoal da ONU registram alta significativa

Aumento de ataques diretos contra as instalações da ONU também causa inquietação
Unamid
Aumento de ataques diretos contra as instalações da ONU também causa inquietação

Mortes por violência contra pessoal da ONU registram alta significativa

Assuntos da ONU

Organização perdeu 28 funcionários entre janeiro de 2021 e junho deste ano; prisões e detenções de trabalhadores ultrapassam o dobro em um ano, totalizando 177 vítimas; Mali e Sudão do Sul ocorrem mais ataques a instalações das Nações Unidas.

Atos de violência e incidentes relacionados à segurança mataram 28 funcionários da ONU entre janeiro de 2021 e o primeiro semestre deste ano.

Um novo levantamento destaca que as prisões e detenções de trabalhadores da organização mais que dobraram no período, com 177 vítimas. Em 2020, houve um total de 84 pessoas detidas.

Pessoal humanitário

No documento intitulado “Segurança e proteção do pessoal humanitário e pessoal das Nações Unidas em atos de violência e no número de prisões e detenções”, a organização destaca “a tendência preocupante” da alta expressiva em perdas.

O secretário-geral, António Guterres, expressa profunda preocupação com o “desrespeito sistêmico pelo direito internacional e pelos princípios humanitários”. O chefe da ONU lembra que “ataques intencionais contra as Nações Unidas e o pessoal humanitário constituem uma grave violação do direito internacional humanitário”.

Natureza e a escala das ameaças continuam a evoluir com mais casos de agitação civil
ONU/Marco Dormino
Natureza e a escala das ameaças continuam a evoluir com mais casos de agitação civil

 

A análise das tendências globais de segurança e dos incidentes envolvendo as Nações Unidas e o pessoal humanitário considera “o ambiente de segurança global continuamente volátil e imprevisível”.

Entre os principais desafios estão divisões geopolíticas, rivalidades regionais, desafios para os Estados fornecerem serviços essenciais, tensões políticas crescentes, agitação social, desigualdade, crise climática, crises de dívida e extremismo violento.

Estresse severo de conflitos ou desastres naturais

Em relação à fragilidade política e econômica, os riscos se alargam em todo o mundo, “desde países que já lidam com estresse severo de conflitos ou desastres naturais para partes do mundo que esperavam retomar um caminho pós-pandemia em direção à estabilidade e ao desenvolvimento.”

Mesmo assim, a ONU diz cumprir seu mandato em meio a turbulências. A natureza e a escala das ameaças continuam a evoluir com mais casos de agitação civil, atividades criminosas, expansão da influência de violência não-estatal de atores armados e o uso de artefatos explosivos improvisados.

Os casos de intimidação e assédio se intensificaram, com 386 incidentes em 2021. No ano anterior aconteceram 304 episódios.

O aumento de ataques diretos contra as instalações da ONU também causa inquietação. Foram 41 atos em 2021, em comparação com 32 em 2020. A maioria deles ocorreu no Mali e Sudão do Sul, de acordo com o relatório.