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Cesta básica sobe 1.700% no Líbano e metade do país precisa de ajuda alimentar

No Líbano, refugiada síria cozinha comida comprada com ajuda em dinheiro do PMA
© PMA/Edmond Khoury
No Líbano, refugiada síria cozinha comida comprada com ajuda em dinheiro do PMA

Cesta básica sobe 1.700% no Líbano e metade do país precisa de ajuda alimentar

Ajuda humanitária

Desvalorização da moeda local está paralisando poder de compra; quase todos os refugiados sírios estão vivendo em extrema pobreza, no país, diz PMA.

O Líbano vem enfrentando uma das piores crises econômicas do mundo, com mais da metade da população precisando de assistência para alimentação e outras necessidades básicas. O alerta é do Programa Mundial de Alimentos, PMA, que aumentou o apoio no país.

De acordo com agência, a grande desvalorização da moeda local está paralisando o poder de compra das pessoas, com um novo recorde de baixa a cada dia, impulsionando o aumento dos preços dos alimentos. A cesta básica aumentou mais de 1.700% desde outubro de 2019.

Um distrito comercial em Beirute, Líbano
© Banco Mundial/Dominic Chavez
Um distrito comercial em Beirute, Líbano

Crianças fora da escola

O representante do PMA no Líbano, Adballah Alwardat, relatou que a falta de comida se tornou uma fonte de preocupação para muitos.

De acordo com o último relatório da agência, está cada vez mais difícil para as famílias comprar alimentos nutritivos, o que faz com que elas sejam forçadas a empregar estratégias para lidar com a situação, como gastar menos em saúde e educação ou tirar as crianças das escolas.

A população passou a consumir cada vez menos laticínios, proteínas animais, frutas e vegetais. A próxima temporada de inverno também aumentará as dificuldades com um aumento nos custos de combustível e eletricidade.

Crianças e adolescentes afetados pela crise no Líbano enfrentam desafios educacionais
©Education Cannot Wait
Crianças e adolescentes afetados pela crise no Líbano enfrentam desafios educacionais

Desemprego e salários baixos

No Líbano, a insegurança alimentar está fortemente ligada ao desemprego e à deterioração da renda familiar. Atualmente, o salário médio cobre apenas 24% das necessidades básicas de alimentos, abaixo dos 93% do ano passado.

Famílias chefiadas por mulheres, famílias numerosas com muitos dependentes e com membros que sofrem de doenças crônicas ou deficiências são mais propensas à insegurança alimentar.

Os refugiados sírios continuam sendo fortemente impactados pela crise econômica no Líbano. Quase todos os refugiados estão vivendo em extrema pobreza e alguns são forçados a enviar seus filhos para trabalhar e vender bens valiosos para sobreviver.

Ajuda humanitária

Desde o início da crise econômica no Líbano, o PMA expandiu rapidamente sua assistência no país.

Agora, a agência está apoiando uma em cada três pessoas por meio de alimentos ou assistência em dinheiro a cada mês, atingindo 1,7 milhão de refugiados libaneses e sírios.

O PMA também é a espinha dorsal dos dois programas de segurança social do Líbano, o Programa Nacional de Combate à Pobreza e a Rede de Segurança Social de Emergência, que atingem mais de 1 milhão de libaneses.