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Chefe da tecnologia nas Nações Unidas destaca que é preciso reforçar a união

Chefe de Tecnologia na ONU sugere ensino de segurança cibernética nas escolas

Unicef/UN014974/Estey
Chefe da tecnologia nas Nações Unidas destaca que é preciso reforçar a união

Chefe de Tecnologia na ONU sugere ensino de segurança cibernética nas escolas

Legislação e prevenção de crimes

Secretário-geral assistente diz que matérias sobre prevenção de crimes online devem ser introduzidas às crianças nos primeiros anos; Bernardo Mariano defende que medidas para travar crime virtual sigam tendência de uso cada vez mais cedo destes dispositivos.

Ensinar segurança cibernética nos primeiros anos da escola pode ajudar a conter o aumento das taxas de crimes na internet. A convicção é do secretário-geral assistente para a Tecnologia da Informação nas Nações Unidas.

Bernardo Mariano disse à ONU News, em Nova Iorque, que cresce o uso da internet por organizações criminosas e terroristas. Diante disso, ele defende que quanto mais cedo o tema for abordado em ambiente escolar infantil, maiores as chances de incutir cautela.

Ecossistema digital

“O mundo digital, e principalmente para os jovens que nascem já sabendo usar os smartphones e tablets, e tudo o resto, é uma área fértil para recrutamento. Para que se consiga ter um melhor impacto na defesa, para além de colaboração e de ter tecnologia e processos, existe a parte de formação e educação. No ecossistema digital, nós temos que mudar algumas coisas. Hoje vamos falar de educação. No sistema de educação, neste momento, uma criança desde a primeira até à sétima classe, não se aprendem os cuidados a ter sobre o crime cibernético. Não está dentro do currículo.”

Bernardo Mariano pede medidas específicas para integração da segurança cibernética nos anos iniciais da educação formal
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Bernardo Mariano pede medidas específicas para integração da segurança cibernética nos anos iniciais da educação formal

Mariano acredita que a presença sistemática e organizada do tema na educação formal potencializaria os esforços de combate ao crime online, que está cada vez mais em alta.

Fora das escolas, as autoridades devem robustecer a cooperação e a interação entre países que mais sofrem com os crimes cibernéticos.

Ecossistemas físico e digital

“Nós temos que rever muitos dos nossos hábitos do ecossistema físico, onde muitos ensinamentos acontecem, para trazer o mundo digital de modo a prepararmos os jovens para os riscos que existem no ecossistema digital. É verdade que a tecnologia só não vai resolver. Temos que trabalhar em três frentes: Um, na evolução da tecnologia de defesa. Dois, na formação e no trabalho nas pessoas e, três, trabalhar nos processos, de modo a que haja aquela interligação e cooperação.”

O chefe da tecnologia nas Nações Unidas destaca que é preciso reforçar a união entre os setores privados e público, além de blindar o compromisso internacional contra o terrorismo e organizações criminosas.

 

 

Em casos isolados sobre a questão, Guiné-Bissau e Cabo Verde integram uma iniciativa regional com o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc. Materiais didáticos em português apoiam os esforços de prevenção e aplicação da lei no combate a tendência. Mas Bernardo Mariano pede medidas específicas para integração em anos iniciais da educação formal em vários países.

Na África Ocidental, a série de materiais foi desenhada para crianças, pais e professores. São livros, planos de aula e vídeos educacionais para educar sobre o uso da internet com segurança através do Programa Global de Crimes Cibernéticos.

Entre outros temas, as animações em vídeo ilustram questões como troca de mensagens, perigos do contacto com estranhos online, cyberbullying e aliciamento. As publicações também estão disponíveis em francês e inglês.