Relatoras pedem libertação imediata de vencedor do Nobel da Paz na Belarus
Texto cita demais defensores de direitos humanos no país presos por motivos políticos; Ales Bialiatski foi preso em 2011 e novamente em 2021; o fundador do grupo Viasna ou “primavera” está sendo mantido em cárcere sem ser indiciado por crime algum.
Um grupo de especialistas em direitos humanos* das Nações Unidas pediu que o ganhador do Prêmio Nobel da Paz deste ano seja libertado da prisão na Belarus.
Ales Bialiatski recebeu o prêmio pelo seu “trabalho destemido em promover os direitos humanos no país”, segundo o anúncio do Comitê do Nobel.
Violações de direitos humanos
Ele é o fundador do grupo de direitos humanos Viasna ou “primavera”, criado em 1996. Bialiatski foi preso em 2011, pela primeira vez. No ano passado, ele voltou a ser detido, e permanece sem qualquer indiciamento. Muitos de seus colegas também estão atrás das grades.
No comunicado, as três relatoras criticam o que chamam de uma “séria lacuna de prestação de contas por grandes violações de direitos humanos na Belarus.”
Elas saudaram a solidariedade da comunidade internacional e todos os esforços em busca da justiça no caso.
Obrigações internacionais
As três relatoras expressaram suas preocupações com a detenção arbitrária de Bialiatski, em 14 de julho de 2021, classificando a prisão de uma política para silenciar os defensores de direitos humanos na Belarus e erradicar o espaço civil para manifestações no país.
O grupo também lembrou às autoridades da Belarus sobre as obrigações que o país tem com os direitos humanos e pediu a libertação de todos os defensores detidos por motivos políticos.
Elas expressaram tristeza com a continuação da prisão de Bialiatski e com as novas acusações que incluem a possibilidade de sentença de até 12 anos.
As relatoras concluíram o comunicado dizendo que as longas sentenças dadas a defensores de direitos humanos simbolizam o abuso do sistema judiciário e da impunidade com que as autoridades bielo-russas agem.
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.