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Relatoras pedem libertação imediata de vencedor do Nobel da Paz na Belarus

Ales Bialiatski (2º da esquerda para a direita) durante a cerimônia do Prêmio Paweł Włodkowic no Senado polonês em 2014.
© Michał Józefaciuk
Ales Bialiatski (2º da esquerda para a direita) durante a cerimônia do Prêmio Paweł Włodkowic no Senado polonês em 2014.

Relatoras pedem libertação imediata de vencedor do Nobel da Paz na Belarus

Assuntos da ONU

Texto cita demais defensores de direitos humanos no país presos por motivos políticos; Ales Bialiatski foi preso em 2011 e novamente em 2021; o fundador do grupo Viasna ou “primavera” está sendo mantido em cárcere sem ser indiciado por crime algum.

Um grupo de especialistas em direitos humanos* das Nações Unidas pediu que o ganhador do Prêmio Nobel da Paz deste ano seja libertado da prisão na Belarus.

Ales Bialiatski recebeu o prêmio pelo seu “trabalho destemido em promover os direitos humanos no país”, segundo o anúncio do Comitê do Nobel.

The Nobel Peace Center in Oslo, Norway.
ONU/Anton Uspensky
The Nobel Peace Center in Oslo, Norway.

Violações de direitos humanos

Ele é o fundador do grupo de direitos humanos Viasna ou “primavera”, criado em 1996.  Bialiatski foi preso em 2011, pela primeira vez. No ano passado, ele voltou a ser detido, e permanece sem qualquer indiciamento. Muitos de seus colegas também estão atrás das grades.

No comunicado, as três relatoras criticam o que chamam de uma “séria lacuna de prestação de contas por grandes violações de direitos humanos na Belarus.”

Elas saudaram a solidariedade da comunidade internacional e todos os esforços em busca da justiça no caso.

Manifestantes na Marcha da Paz e Independência em Minsk, Belarus.
Unsplash/Andrew Keymaster
Manifestantes na Marcha da Paz e Independência em Minsk, Belarus.

Obrigações internacionais

As três relatoras expressaram suas preocupações com a detenção arbitrária de Bialiatski, em 14 de julho de 2021, classificando a prisão de uma política para silenciar os defensores de direitos humanos na Belarus e erradicar o espaço civil para manifestações no país.

O grupo também lembrou às autoridades da Belarus sobre as obrigações que o país tem com os direitos humanos e pediu a libertação de todos os defensores detidos por motivos políticos.

Elas expressaram tristeza com a continuação da prisão de Bialiatski e com as novas acusações que incluem a possibilidade de sentença de até 12 anos.

As relatoras concluíram o comunicado dizendo que as longas sentenças dadas a defensores de direitos humanos simbolizam o abuso do sistema judiciário e da impunidade com que as autoridades bielo-russas agem.

*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.