Sessão especial de emergência da Assembleia Geral debate guerra na Ucrânia
Países-membros avaliarão o tema após resolução condenando anexações de quatro regiões ucranianas ter sido vetada pela Rússia no Conselho de Segurança; ataques com mísseis, nesta segunda-feira, a cidades ucranianas incluindo capital Kyiv foram condenados pelo secretário-geral, António Guterres.
A Assembleia Geral da ONU retomou a 11ª. Sessão Especial de Emergência sobre a invasão russa na Ucrânia.
Desta vez, os países-membros debatem a resolução do Conselho de Segurança sobre a ilegalidade dos referendos realizados pela Rússia para anexar quatro áreas ucranianas, no fim de setembro.
Conselho de Segurança
O debate na Assembleia Geral ocorre após a votação no Conselho de Segurança no último dia 30 de setembro terminar com o veto da Rússia. Com a rejeição do órgão de paz e segurança, o tema é submetido à consideração da Assembleia.
Ao todo, 10 países votaram a favor da resolução e quatro se abstiveram entre eles o Brasil. O texto, redigido por Estados Unidos e Albânia, previa a retirada “imediata, completa e incondicional” de todas as forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.
Ainda nesta segunda-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, emitiu uma nota condenando os ataques com mísseis de larga escala que a Rússia realizou contra cidades da Ucrânia incluindo a capital Kyiv.
Para Guterres, a ofensiva desta segunda-feira é mais uma escalada inaceitável nesta guerra, onde os civis estão pagando o preço mais alto com dezenas de mortos e feridos.
Ataques com mísseis são nova escalada inaceitável, diz Guterres
Agências de notícias citaram o presidente da Rússia Vladimir Putin ao dizer que os ataques seriam uma resposta às explosões, no fim de semana, da única ponte sobre o Estreito de Kerch, ligando o país à Península da Crimeia, um importante ponto para os russos.
O secretário-geral da ONU falou a jornalistas, no fim de setembro, sobre a situação na Ucrânia e afirmou que as tentativas de anexação da Rússia de territórios ucranianos ameaçavam a paz e a segurança internacionais, além de violarem a Carta das Nações Unidas.
Agência de Energia Atômica preocupada com bombardeios
No domingo, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, disse que engenheiros ucranianos restauraram a energia externa da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior central atômica da Europa, após bombardeios ao local.
Rafael Mariano Grossi informou que a situação permanece frágil, condenando os ataques militares em áreas que poderiam afetar a segurança da instalação.
Grossi contou que quase todos os dias há bombardeios na região onde está a usina nuclear, e onde vivem os trabalhadores e suas famílias.
Risco de acidente nuclear
Para ele, “o bombardeio deve parar, imediatamente”, afirmando que esses ataques militares em Zaporizhzhia e em seus arredores aumentam o risco de um acidente nuclear.
Um comboio de cinco caminhões transportando suprimentos adicionais vitais de combustível para a usina está atualmente na cidade, planejando cruzar a linha de frente.
As atuais reservas de diesel do local expiram em 10 dias.
Em Nova Iorque, por causa do número de oradores, a reunião especial na Assembleia Geral sobre a Ucrânia deve prosseguir até esta terça-feira.