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Sessão especial de emergência da Assembleia Geral debate guerra na Ucrânia

Edifícios danificados em Irpin, Ucrânia. Guterres emitiu uma nota condenando os ataques com mísseis de larga escala que a Rússia realizou contra cidades da Ucrânia
© Unicef/Anton Kulakowskiy
Edifícios danificados em Irpin, Ucrânia. Guterres emitiu uma nota condenando os ataques com mísseis de larga escala que a Rússia realizou contra cidades da Ucrânia

Sessão especial de emergência da Assembleia Geral debate guerra na Ucrânia

Paz e segurança

Países-membros avaliarão o tema após resolução condenando anexações de quatro regiões ucranianas ter sido vetada pela Rússia no Conselho de Segurança; ataques com mísseis, nesta segunda-feira, a cidades ucranianas incluindo capital Kyiv foram condenados pelo secretário-geral, António Guterres.

A Assembleia Geral da ONU retomou a 11ª. Sessão Especial de Emergência sobre a invasão russa na Ucrânia.

Desta vez, os países-membros debatem a resolução do Conselho de Segurança sobre a ilegalidade dos referendos realizados pela Rússia para anexar quatro áreas ucranianas, no fim de setembro.

A embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, falando na sessão do Conselho de Segurança sobre a Ucrânia
ONU/Manuel Elias
A embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, falando na sessão do Conselho de Segurança sobre a Ucrânia

Conselho de Segurança

O debate na Assembleia Geral ocorre após a votação no Conselho de Segurança no último dia 30 de setembro terminar com o veto da Rússia. Com a rejeição do órgão de paz e segurança, o tema é submetido à consideração da Assembleia.

Ao todo, 10 países votaram a favor da resolução e quatro se abstiveram entre eles o Brasil. O texto, redigido por Estados Unidos e Albânia, previa a retirada “imediata, completa e incondicional” de todas as forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.

Ainda nesta segunda-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, emitiu uma nota condenando os ataques com mísseis de larga escala que a Rússia realizou contra cidades da Ucrânia incluindo a capital Kyiv.

Para Guterres, a ofensiva desta segunda-feira é mais uma escalada inaceitável nesta guerra, onde os civis estão pagando o preço mais alto com dezenas de mortos e feridos.

Mulher do lado de fora do que resta de sua casa, depois que ela foi destruída durante um bombardeio pesado em Kyiv, na Ucrânia
© Unicef/Andriy Boiko
Mulher do lado de fora do que resta de sua casa, depois que ela foi destruída durante um bombardeio pesado em Kyiv, na Ucrânia

Ataques com mísseis são nova escalada inaceitável, diz Guterres

Agências de notícias citaram o presidente da Rússia Vladimir Putin ao dizer que os ataques seriam uma resposta às explosões, no fim de semana, da única ponte sobre o Estreito de Kerch, ligando o país à Península da Crimeia, um importante ponto para os russos.

O secretário-geral da ONU falou a jornalistas, no fim de setembro, sobre a situação na Ucrânia e afirmou que as tentativas de anexação da Rússia de territórios ucranianos ameaçavam a paz e a segurança internacionais, além de violarem a Carta das Nações Unidas.

O diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, visitou a Usina Nuclear de Zaporizhzhia na Ucrânia
© Aiea
O diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, visitou a Usina Nuclear de Zaporizhzhia na Ucrânia

Agência de Energia Atômica preocupada com bombardeios

No domingo, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, disse que engenheiros ucranianos restauraram a energia externa da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior central atômica da Europa, após bombardeios ao local.

Rafael Mariano Grossi informou que a situação permanece frágil, condenando os ataques militares em áreas que poderiam afetar a segurança da instalação.

Grossi contou que quase todos os dias há bombardeios na região onde está a usina nuclear, e onde vivem os trabalhadores e suas famílias.

Nos próximos meses, mais equipamentos relacionados ao tipo de operação serão transportados para a central nuclear de Zaporizhzhia
Ⓒ Aiea
Ataques militares em Zaporizhzhia e em seus arredores aumentam o risco de um acidente nuclear. Foto: Aiea

Risco de acidente nuclear

Para ele, “o bombardeio deve parar, imediatamente”, afirmando que esses ataques militares em Zaporizhzhia e em seus arredores aumentam o risco de um acidente nuclear.

Um comboio de cinco caminhões transportando suprimentos adicionais vitais de combustível para a usina está atualmente na cidade, planejando cruzar a linha de frente.

As atuais reservas de diesel do local expiram em 10 dias.

Em Nova Iorque, por causa do número de oradores, a reunião especial na Assembleia Geral sobre a Ucrânia deve prosseguir até esta terça-feira.