Guterres pede a Conselho de Segurança para considerar envio de força internacional ao Haiti
Solicitação de mobilização imediata partiu do governo haitiano; força armada lidaria com crise humanitária e daria segurança para passagem de remédios, alimentos, combustíveis e água entre portos e aeroportos; ilha caribenha enfrenta surto de cólera.
O secretário-geral da ONU pediu à comunidade internacional e ao Conselho de Segurança da organização que considerem o “envio imediato de uma força armada especializada internacional para lidar com a crise humanitária” no Haiti.
Numa declaração, emitida neste domingo, António Guterres informa que o pedido foi feito pelo governo haitiano e deve ser tratado como questão de emergência.
Surto de cólera tende a se agravar
A força internacional também ajudaria com assegurar a livre passagem de água, combustível, alimentos e suprimentos médicos dos principais portos e aeroportos do país a comunidades e instalações de saúde.
Guterres enviou uma carta ao Conselho de Segurança, neste domingo, com opções para o aumento de apoio na área de segurança ao Haiti, como foi solicitado ao órgão da ONU na resolução 2645, este ano.
Ele afirmou que permanece “gravemente preocupado” com a situação na ilha caribenha, que tem enfrentado um surto de cólera em meio a uma deterioração dramática da segurança. Isso tem paralisado o país.
Guterres contou que o bloqueio do terminal de combustível de Varreux causou a suspensão de serviços necessários, como a distribuição de água potável, para evitar uma propagação rápida da doença.
Diálogo inclusivo e pacífico
O chefe das Nações Unidas lembra que, mais uma vez, os setores mais vulneráveis da população haitiana são os mais duramente afetados, e que a prioridade deve ser salvar vidas.
O secretário-geral pediu a todas as partes interessadas no Haiti que superem suas diferenças e se engajem, sem demoras, num diálogo inclusivo e pacífico, e de forma construtiva.
Ele reiterou o apoio da ONU ao povo do Haiti e disse que irá apoiar também os esforços que levem ao consenso, reduzam a violência e promovam a estabilidade no país.