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ONU precisa de US$ 816 milhões para evitar mortes no Paquistão

Área residencial inundada de uma vila na província de Sindh, Paquistão
© Unicef/Asad Zaidi
Área residencial inundada de uma vila na província de Sindh, Paquistão

ONU precisa de US$ 816 milhões para evitar mortes no Paquistão

Ajuda humanitária

Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários aumentou financiamento inicial de US$ 160 milhões; perigo de mortes por doenças pode aumentar sem ajuda, já que 10% das instalações de saúde foram danificadas pelas enchentes.

Para evitar uma “segunda onda de morte e destruição” no Paquistão, o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Ocha, aumentou o pedido de financiamento de US$ 160 milhões para US$ 816 milhões.

O coordenador humanitário da ONU no Paquistão afirma que sem investimento haveria um aumento na mortalidade infantil, surtos de doenças como malária e dengue além de mais casos de desnutrição. O país sofre com as consequências das inundações que afetaram um terço do território desde junho.

Reforçar serviços básicos

Segundo Julien Harneis, o governo do Paquistão precisa de apoio para reforçar os serviços de saúde, nutrição, água e saneamento nas zonas afetadas. As cheias atingiram 33 milhões de pessoas e mataram quase 1,7 mil.

Pelo Plano de Resposta às Inundações da ONU, publicado na terça-feira, 20,6 milhões de paquistaneses precisam de ajuda humanitária. O planejamento deve alcançar cerca de 9,5 milhões de pessoas até maio de 2023.

Cerca de 84 distritos foram “atingidos pela calamidade”, de acordo com números do governo. Pelo menos 7,9 milhões foram deslocados, com quase 600 mil vivendo em acampamentos. Estima-se que existam cerca de 800 mil refugiados. Metade são crianças.

Harneis conta que os fundos são necessários de forma urgente, acrescentando que uma conferência internacional de apoio será realizada ainda este ano para buscar mais financiamento para reconstrução e reabilitação do país.

Desastre de saúde pública

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que cerca de 10% das instalações de saúde foram danificadas pelas enchentes.

Ele alerta que embora a situação das inundações tenha se estabilizado, o perigo para saúde só aumenta. Segundo o chefe da OMS, além das mais de 1,5 mil mortes pelas enchentes, outras vidas podem ser perdidas por doenças nas próximas semanas, se não houver uma resposta internacional massiva e urgente.

Tedros disse que o governo paquistanês está “compreensivelmente sobrecarregado” e precisa de apoio. Mais de 2 mil mulheres em áreas atingidas pelas enchentes deram à luz todos os dias, a maioria em condições inseguras.

O chefe da OMS também afirmou que é importante lembrar que a menos que as ameaças da mudança climática sejam endereçadas, a resposta para emergências cada vez piores será necessária com mais frequência.