ONU: mais de 150 mil pessoas atendidas em área recuperada por Ucrânia
Em Kharkivska, trabalhadores humanitários apoiam vítimas do conflito, dias após tropas ucranianas retomar controle da região; na Rússia, Escritório de Direitos Humanos está preocupado com pessoas sendo presas em protestos.
Agências da ONU e parceiros humanitários enviaram a primeira parte de uma série de comboios humanitários lotados com kits de socorro e outros itens a áreas de Kharkivska. O auxílio chegou dias após o local retornar ao controle do governo ucraniano.
Quase metade da população, que vive nessas áreas, já recebeu alimentos e 12 mil kits de higiene foram distribuídos junto com utensílios domésticos, incluindo utensílios de cozinha, lâmpadas solares e cobertores para 15 mil pessoas.
Centros de saúde e escola destruídos
Em todas as áreas, foram distribuídos aos centros de saúde medicamentos, kits de saúde cirúrgicos e de emergência, suficientes para tratar 10 mil pessoas nas próximas semanas.
A coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia visitou partes da região. Denise Brown contou que viu casas, centros de saúde e escolas danificados ou destruídos. Segundo ela, as autoridades tentam restabelecer os sistemas de gás e energia, mas milhares ainda estão sem abastecimento. A preocupação agora é apoiar os ucranianos com um lugar quente e seguro para enfrentarem o inverno.
Brown afirmou que a comunidade humanitária colabora de perto com as autoridades nacionais e locais, assim como voluntários, para “ajudar as pessoas que enfrentam os horrores de sete meses de guerra”.
Mortos e feridos no conflito
De 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia atacou a Ucrânia, até este 25 de setembro o Escritório de Direitos Humanos da ONU registrou um total de 14 mil vítimas civis no país. Entre elas, 5,9 mil mortos e 8,8 mil feridos.
A maioria das mortes registradas foi por uso de explosivos incluindo bombardeios de artilharia pesada, sistemas de mísseis de lançamento múltiplo e ataques aéreos.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU acredita que os números reais são bem maiores, já que aguardam ainda informações de alguns locais alvos de intensa violência e a confirmação de outros relatórios.
Presos em protestos na Rússia
Em nota separada, o Escritório disse estar perturbado com as detenções na Rússia em protestos contra a mobilização de novas tropas para a Ucrânia.
A porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, afirma que, de acordo com relatos críveis, cerca de 2.3 mil manifestantes foram presos desde a última quarta-feira em vários locais do país. Não está claro quantas pessoas permanecem detidas.
Na região russa do Daguestão, os protestos continuaram pelo segundo dia na segunda-feira, com centenas de pessoas tomando as ruas da capital, Makhachkala, onde eclodiram confrontos entre manifestantes e a polícia. Dezenas foram presas.
Embora a maioria dos protestos tenha sido pacífica, edifícios militares e administrativos, incluindo escritórios de alistamento, foram atacados em várias regiões.
Direito à liberdade de expressão
A porta-voz ressaltou que prender pessoas apenas pelo exercício de seus direitos de reunião pacífica e liberdade de expressão é uma privação arbitrária de liberdade.
O apelo é pela libertação imediata de todos os detidos arbitrariamente e que as autoridades cumpram as suas obrigações internacionais de respeitar e garantir os direitos à liberdade de expressão e de reunião pacífica.
O Escritório de Direitos Humanos também pediu para as pessoas protestarem pacificamente e evitarem recorrer à violência.