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ONU: mais de 150 mil pessoas atendidas em área recuperada por Ucrânia BR

Suprimentos de socorro urgente são entregues em áreas que só recentemente se tornaram acessíveis a organizações humanitárias na região de Kharkivska, na Ucrânia
© PMA
Suprimentos de socorro urgente são entregues em áreas que só recentemente se tornaram acessíveis a organizações humanitárias na região de Kharkivska, na Ucrânia

ONU: mais de 150 mil pessoas atendidas em área recuperada por Ucrânia

Ajuda humanitária

Em Kharkivska, trabalhadores humanitários apoiam vítimas do conflito, dias após tropas ucranianas retomar controle da região; na Rússia, Escritório de Direitos Humanos está preocupado com pessoas sendo presas em protestos.

Agências da ONU e parceiros humanitários enviaram a primeira parte de uma série de comboios humanitários lotados com kits de socorro e outros itens a áreas de Kharkivska. O auxílio chegou dias após o local retornar ao controle do governo ucraniano.

Quase metade da população, que vive nessas áreas, já recebeu alimentos e 12 mil kits de higiene foram distribuídos junto com utensílios domésticos, incluindo utensílios de cozinha, lâmpadas solares e cobertores para 15 mil pessoas.

Uma menina de doze anos em frente à sua escola em Kharkiv, na Ucrânia, que foi destruída em um ataque aéreo. Agora ela vai estudar online
© Unicef/Ashley Gilbertson
Uma menina de doze anos em frente à sua escola em Kharkiv, na Ucrânia, que foi destruída em um ataque aéreo. Agora ela vai estudar online

Centros de saúde e escola destruídos

Em todas as áreas, foram distribuídos aos centros de saúde medicamentos, kits de saúde cirúrgicos e de emergência, suficientes para tratar 10 mil pessoas nas próximas semanas.

A coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia visitou partes da região. Denise Brown contou que viu casas, centros de saúde e escolas danificados ou destruídos.  Segundo ela, as autoridades tentam restabelecer os sistemas de gás e energia, mas milhares ainda estão sem abastecimento. A preocupação agora é apoiar os ucranianos com um lugar quente e seguro para enfrentarem o inverno.

Brown afirmou que a comunidade humanitária colabora de perto com as autoridades nacionais e locais, assim como voluntários, para “ajudar as pessoas que enfrentam os horrores de sete meses de guerra”.

Mulher passa por prédios de apartamentos e veículos destruídos em Chernihiv, na Ucrânia
© UNICEF/Ashley Gilbertson VII Photo
Mulher passa por prédios de apartamentos e veículos destruídos em Chernihiv, na Ucrânia

Mortos e feridos no conflito

De 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia atacou a Ucrânia, até este 25 de setembro o Escritório de Direitos Humanos da ONU registrou um total de 14 mil vítimas civis no país. Entre elas, 5,9 mil mortos e 8,8 mil feridos.

A maioria das mortes registradas foi por uso de explosivos incluindo bombardeios de artilharia pesada, sistemas de mísseis de lançamento múltiplo e ataques aéreos.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU acredita que os números reais são bem maiores, já que aguardam ainda informações de alguns locais alvos de intensa violência e a confirmação de outros relatórios.

Presos em protestos na Rússia

Em nota separada, o Escritório disse estar perturbado com as detenções na Rússia em protestos contra a mobilização de novas tropas para a Ucrânia. 

A porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, afirma que, de acordo com relatos críveis, cerca de 2.3 mil manifestantes foram presos desde a última quarta-feira em vários locais do país. Não está claro quantas pessoas permanecem detidas.

Na região russa do Daguestão, os protestos continuaram pelo segundo dia na segunda-feira, com centenas de pessoas tomando as ruas da capital, Makhachkala, onde eclodiram confrontos entre manifestantes e a polícia. Dezenas foram presas.

Embora a maioria dos protestos tenha sido pacífica, edifícios militares e administrativos, incluindo escritórios de alistamento, foram atacados em várias regiões.

Moscou, Rússia. Cerca de 2.3 mil manifestantes foram presos desde a última quarta-feira em vários locais do país
ONU/Paulo Filgueiras
Moscou, Rússia. Cerca de 2.3 mil manifestantes foram presos desde a última quarta-feira em vários locais do país

Direito à liberdade de expressão

A porta-voz ressaltou que prender pessoas apenas pelo exercício de seus direitos de reunião pacífica e liberdade de expressão é uma privação arbitrária de liberdade.

O apelo é pela libertação imediata de todos os detidos arbitrariamente e que as autoridades cumpram as suas obrigações internacionais de respeitar e garantir os direitos à liberdade de expressão e de reunião pacífica.

O Escritório de Direitos Humanos também pediu para as pessoas protestarem pacificamente e evitarem recorrer à violência.