ONU apela por ação urgente para fim de catástrofe humanitária no Haiti
Situação de instabilidade no país caribenho foi debatida no Conselho de Segurança; na próxima semana, circulará resolução sobre os passos para enfrentar a combinação das crises; armazéns de agência das Nações Unidas perderam alimentos suficientes para alimentar 200 mil pessoas após roubos recentes.
A representante especial do secretário-geral para o Haiti, Helen La Lime, informou esta segunda-feira ao Conselho de Segurança sobre a gravidade da situação no país caribenho.
Para a também chefe do Escritório Integrado da ONU no Haiti, vive-se uma catástrofe humanitária causada por convergência de crises de gangues e bandidos e pela precária situação político-econômica.
Solução Política
A enviada pediu a união de esforços internacionais para melhorar esse quadro. Segundo ela, o primeiro passo para enfrentar a crise atual é uma solução política liderada pelo próprio Haiti.
La Lime apelou ao Conselho que mobilize apoio aos haitianos. Para ela, a situação precisa de “medidas urgentes do órgão da ONU.
Os Estados Unidos e o México devem circular uma resolução sobre formas de abordar os desafios. Também compareceram à reunião, os ministros das Relações Exteriores do Haiti, da República Dominicana e do Canadá.
População com fome
A chefe do Escritório Integrado da ONU no Haiti diz que cerca de 1,5 milhão de pessoas sentem o impacto da violência de gênero, especialmente com casos sistemáticos de estupro.
Em duas semanas de saques a armazéns do Programa Mundial de Alimentos, PMA, 2 milhões de toneladas, orçados em US$ 5 milhões, foram perdidos. O total poderia alimentar 200 mil pessoas em outubro.
Metade da população enfrenta insegurança alimentar, segundo a diretora executiva adjunta da agência, Valerie Guarnier.
Programas sociais
A inflação chegou a 31%, o maior nível em anos, e deverá continuar em alta. No mesmo período, o preço da cesta básica subiu para 52%. O custo do petróleo duplicou.
A diretora Executiva do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, Ghada Waly, está trabalhando com parceiros num plano para o combate à corrupção, controle de fronteiras e o tráfico de armas.
No ano passado, o Haiti perdeu US$ 600 milhões em receitas aduaneiras que deixaram de ser arrecadadas.
A redução de subsídios aos combustíveis, como forma de aumentar a receita dos programas sociais custa ao Estado cerca de US$ 400 milhões por ano.