Angola, último país de língua portuguesa a falar na Assembleia Geral
Nação africana deve encerrar lista de oradores lusófonos no debate anual de líderes internacionais, que foi aberto pelo Brasil em 20 de setembro; guerra na Ucrânia foi um dos temas mais comentados pelos oradores do evento.
Angola deve ser o primeiro país na tarde desta segunda-feira a discursar na Assembleia Geral para encerrar uma semana de debates gerais de líderes internacionais.
A nação africana de língua portuguesa está sendo representada pela embaixadora angolana em Nova Iorque, Maria de Jesus Ferreira.

Sustentabilidade, solidariedade e ciência
Todos os anos, por tradição, o Brasil abre o debate geral. E desta vez, os Estados Unidos, que são o segundo a discursar, compareceu um dia depois, na quarta-feira.
Ao assumir a tribuna, o presidente americano Joe Biden afirmou que ninguém sai vencedor num conflito nuclear, ao aludir à guerra na Ucrânia, e ao pronunciamento do presidente Vladimir Putin, da Rússia.
Putin indicou que mobilizaria militares na reserva para lutar na guerra, e que também poderia fazer uso de armas atômicas.
Este ano, a 77ª. Sessão do órgão tem como tema a sustentabilidade, a solidariedade e a ciência.
Reforma do Conselho de Segurança com Brasil, Índia e África
Para o secretário-geral, António Guterres, este é o momento de agir para conter a catástrofe climática, conflitos e guerras e outros desafios globais que tanto sofrimento têm imposto a populações de todo o globo.
Portugal, que discursou na quinta-feira, pediu a reforma do Conselho de Segurança com assentos permanentes para Brasil, Índia e nações africanas.

Mais multilateralismo e menos confrontação
No mesmo dia, o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, chamou a atenção para a situação da insegurança na região do Sahel.
E Cabo Verde, representado pelo novo presidente José Maria Neves, ressaltou que o mundo precisa de mais multilateralismo e menos confrontação.
Moçambique enviou para Nova Iorque, o primeiro-ministro Adriano Maleiane, discursou no sábado destacando a importância da cooperação com a ONU e o impacto de desastres naturais que atingiram seu país em cheio em 2019 e nos anos subsequentes.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que abriu os debates em 20 de setembro afirmou que seu governo defende um cessar-fogo na Ucrânia e disse que o Brasil permanece de portas abertas para acolher os refugiados da crise na Venezuela.

Referendo da Rússia viola Carta da ONU
Durante a semana passada, o Conselho de Segurança se reuniu sobre o conflito na Ucrânia com a presença do secretário-geral e dos ministros das Relações Exteriores da Ucrânia e da Rússia, Dmytro Kuleba e Sergei Lavrov, respectivamente.
A ONU manifestou preocupação com relatos de um referendo na Rússia sobre áreas ucranianas, o que para o chefe da organização, António Guterres, é uma violação da Carta das Nações Unidas.