Guiné-Bissau diz que conseguiu reafirmação na África
Presidente Umaro Sissoco Embaló ressalta desafios para atingir metas globais e estabilização na região e metas contra a malária 77ª sessão da Assembleia Geral; país pede apoio internacional para travar avanço do terrorismo na África Ocidental e no Sahel.
A Guiné-Bissau garantiu empenho nos esforços globais para a manutenção da paz, da estabilidade e na proteção.
Nas Nações Unidas, o presidente Umaro Sissoco Embaló citou o desafio regional da ameaça terrorista e pediu maior participação para consolidar o multilateralismo, promover o diálogo e a cooperação.
Mundo globalizado
Na 77ª sessão da Assembleia Geral, o líder guineense indicou que a solução de problemas internacionais é a reflexão conjunta, a solidariedade global e ação combinada e coletiva.
O chefe de Estado retratou a situação da Guiné-Bissau que considera estável, mas com desafios relacionados às metas globais.
“Nos últimos dois anos, conseguimos criar maior estabilidade política no nosso país, reafirmar o nosso papel no continente africano e retomar o nosso lugar no concerto das nações. Contudo, o contexto internacional não favorece o cabal desempenho do nosso plano de desenvolvimento, sobretudo no que concerne à realização dos objetivos do desenvolvimento sustentável. Nós em África, estamos também a sentir as consequências da guerra na Ucrânia que, infelizmente, está a ter um grande impacto, em particular, no sector da energia e da agricultura. A inflação e o aumento dos preços dos cereais e outros produtos alimentares básicos, agravaram consideravelmente uma situação alimentar já bastante difícil.”
Clima
Sissoco Embaló apontou como exemplo disso o fato de a pandemia da Covid-19 ter lembrado que o mundo é globalizado e que a humanidade partilha “um destino comum”
Como uma das nações mais vulneráveis aos eventos de clima extremo, Sissoco Embaló ressaltou a aposta guineense na mitigação e adaptação. A expectativa é que a próxima Conferência do Clima, agendada para novembro no Egito, ajude a avançar os planos para minimizar os impactos das alterações climáticas.
A Guiné-Bissau preside a Comunidade dos Estados da África Ocidental, Cedeao. O presidente guineense apontou os desafios de segurança e paz para garantir o desenvolvimento regional.
“A estabilidade de grande parte do nosso continente em geral, e da África Ocidental em particular, está ameaçada pela insegurança causada pelo terrorismo, o extremismo violento e a criminalidade transnacional, a que se somaram as violações dos princípios do Estado de direito e da democracia. A Cedeao criou um quadro político, jurídico e mecanismos estruturais para a prevenção e resolução de crises políticas e institucionais, mas, contudo, os desafios permanecem inúmeros e difíceis de resolver. Precisamos da ajuda internacional para travar o avanço do terrorismo na África Ocidental e em toda a zona do Sahel.”
Acompanhe a entrevista do presidente Umaro Sissoco Embaló à ONU News
Contribuição internacional
Para o presidente da Guiné-Bissau, conter a ameaça terrorista deve envolver toda a comunidade internacional.
Umaro Sissoco Embaló destacou ainda a presidência guineense da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária. A região está longe de atingir as metas para baixar casos e mortes devido à doença.
O apelo feito à comunidade internacional é que contribua para o Fundo Global que financia o combate à doença.