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ONU faz alerta para 19 países em grave risco de fome BR

Estudo da FAO e PMA indica que 970 mil pessoas podem morrer por falta de alimento
@UNOCHA Somalia
Estudo da FAO e PMA indica que 970 mil pessoas podem morrer por falta de alimento

ONU faz alerta para 19 países em grave risco de fome

Ajuda humanitária

Somália, Afeganistão, Etiópia, Sudão do Sul e Iêmen têm situação mais preocupante; estudo da FAO e PMA indica que 970 mil pessoas podem morrer por falta de alimentos; ação humanitária deve ser urgente e preventiva.

Um novo relatório conjunto da ONU alerta que o número de pessoas que enfrentam insegurança alimentar aguda em todo o mundo deve seguir aumentando rapidamente.

O documento, divulgado nesta quarta-feira, aponta que o aprofundamento da crise alimentar coloca 19 nações em risco. As principais causas são o aumento dos conflitos, crise climática e a instabilidade econômica agravada pela pandemia, além dos efeitos da invasão russa à Ucrânia.

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Ajuda humanitária crítica

O estudo, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO, e o Programa Mundial de Alimentos, PMA, destaca que os trabalhadores humanitários estão preocupados com Somália, Afeganistão, Etiópia, Sudão do Sul e Iêmen.

Um recorde de 970 mil pessoas pode enfrentar fome catastrófica ou morrer de inanição se nada for feito. O número é 10 vezes mais do que há seis anos, quando apenas dois países tinham populações com tanta insegurança alimentar, avaliam FAO e PMA.

As agências da ONU pedem uma ação humanitária urgente para salvar vidas e os meios de subsistência locais para prevenir a fome em países críticos, onde a insegurança alimentar aguda deve piorar já no próximo mês a janeiro de 2023.

O levantamento apresenta recomendações antecipadas específicas para cada país, como medidas de curto prazo que devem ser implementadas antes que surjam outras necessidades humanitárias e ações para atender àquelas já existentes.

Apelo

O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, destaca a situação no Chifre da África, que vem deixando na iminência de fome, destruindo colheitas e matando o gado. Ele adiciona que as populações nos países mais pobres ainda não se recuperaram do impacto da pandemia, e já têm que enfrentar outros problemas.

O relatório revela que República Democrática do Congo, Haiti, Quênia, Região do Sahel, Sudão e Síria também são locais “de grande preocupação”, além da República Centro Africana e Paquistão, adicionados à lista mais recentemente.

Guatemala, Honduras e Malauí também estão entre os países que têm fome, ao lado de Madagascar, Sri Lanka e Zimbábue.

O diretor executivo do PMA, David Beasley, afirma que a ajuda deve ser entregue de forma urgente para aqueles que estão em perigo de fome na Somália e em outros focos de fome no mundo.

Os representantes da ONU destacam que a ajuda humanitária enfrenta problemas crônicos de acesso causados por “insegurança, impedimentos administrativos e burocráticos, restrições de movimento e barreiras físicas” em 11 dos 19 países da lista.

Segundo eles, isso inclui “todos os seis países onde as populações já estão convivendo com a fome ou correm o risco de deterioração em direção a condições catastróficas”.