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Portugal quer absorver mais refugiados ucranianos no sistema educativo BR

Titular do setor da educação em Portugal fez um apelo para que seja considerado o aspeto cultural e garantida a inclusão
Foto: Acnur/ Egor Dubrovsky
Titular do setor da educação em Portugal fez um apelo para que seja considerado o aspeto cultural e garantida a inclusão

Portugal quer absorver mais refugiados ucranianos no sistema educativo

Cultura e educação

Ministro da Educação diz que alunos chegam da Ucrânia com sinais de trauma e sobrevivência e requerem atenção; governo português aposta em flexibilizar sistema educativo para acolher grande parte dos que pedem abrigo e optam por estudar online; Ministro João Costa contou à ONU News que ucranianos matriculados em Portugual aprendem a língua portuguesa com “muita facilidade”.

Portugal acolhe mais de 10 mil ucranianos, sete meses após o início da invasão russa à Ucrânia. No momento, esses alunos são a maior parte dos refugiados matriculados em escolas portuguesas.

O ministro da Educação de Portugal, João Costa, disse à ONU News, que seu país tem apoiado outros refugiados na integração.

Currículo

“Quando tivemos, em particular, a vinda de refugiados da Síria e de outros países, fizemos legislação específica propriamente de menores não acompanhados. Aproveitando este caminho que estamos a fazer para o sistema educativo como um todo, de grande flexibilidade na organização do currículo, para poder acolher todos. Aquilo que temos vindo a fazer, com alunos ucranianos e com outros alunos refugiados, é garantir que o ensino de português como língua não-materna acontece de uma forma articulada com as outras disciplinas no currículo, permitindo períodos de imersão linguística mais aprofundados e uma entrada imersiva mais aprofundados. Permitindo uma entrada no currículo mais aprofundada para haver mais trabalho sobre a língua, mas também pondo um grande foco nas competências sócio emocionais”.

Educação em Portugal lida com experiências de trauma de ucranianos

 

As Nações Unidas realizaram até esta semana a Cúpula da Educação Transformadora. O titular do setor da educação em Portugal fez um apelo para que seja considerado o aspeto cultural e garantida a inclusão tendo em conta as condições socioeconómicas dos alunos.

“Nós não nos podemos esquecer que um aluno refugiado, que chega a um país, não traz apenas a necessidade de ir à escola. Traz uma experiência de trauma, traz uma experiência de sobrevivência. Não se pode assumir que vamos simplesmente sentá-los em salas de aula, como se tudo estivesse na sua vida. Por isso, aquilo que nós temos nas escolas, com aérea das artes, do desporto, e com todas esta aérea de desenvolvimento emocional, está muito orientado para trabalhar com refugiados, para que eles possam também fazer amigos e crescer em paz e de uma forma saudável nas escolas.”

Competências

O ministro da Educação de Portugal, João Costa, disse que apesar de defender que refugiados mantenham os fatores de identidade, os ucranianos têm-se distinguido quando se trata de aprender a língua portuguesa.

“Neste momento nós temos cerca de 4 mil alunos que estão nas nossas escolas. Há mais crianças ucranianas em Portugal. Temos vindo a fazer um apelo às famílias ucranianas para a inscrição dos alunos nas escolas. Alguns estão a acompanhar o currículo ucraniano à distância. Estive com o ministro da Educação da Ucrânia. Nós também temos a capacidade de garantir que nas escolas podem manter alguma ligação com a sua língua e cultura. Há escolas de sábado que funcionam. Nós disponibilizamos as nossas escolas e há várias experiências do país. Nós queremos que estas crianças e jovens estejam nas escolas.”

Para Costa, em relação ao idioma a expectativa que saiam com mais uma ferramenta que enriqueça as competências e capacidades. 

Nações Unidas realizaram até esta semana a Cúpula da Educação Transformadora
ONU/Steven Bornholtz
Nações Unidas realizaram até esta semana a Cúpula da Educação Transformadora