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Chefes de Estado e ministros africanos se reúnem em Uganda  BR

Eventos meteorológicos mais extremos estão sendo sentidos na África.
PMA/Gabriella Vivacqua Edit
Eventos meteorológicos mais extremos estão sendo sentidos na África.

Chefes de Estado e ministros africanos se reúnem em Uganda 

Ajuda humanitária

Encontro de alto nível é aberto nesta quarta-feira em Campala para pedir ação mais integrada e resposta à emergência climática antes da Conferência da ONU, COP27, no Egito.

O extremo leste da África atravessa uma das maiores secas de sua história. Analistas apontam a crise do clima como uma das razões para a falta de chuva que está provocando fome e mortes.

Neste 27 de julho, chefes de Estado e ministros da região do leste e Chifre da África se reúnem em Campala, capital de Uganda, para pedir uma abordagem mais integrada do tema.

Migração, meio ambiente e mudança climática

A reunião pretende levar propostas mais concertadas desses países à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP27, que está marcada para Sharm-el-Sheik, no Egito, de 7 a 18 de novembro.

Famílias deslocadas afetadas pela seca na Etiópia
© Unicef/Zerihun Sewunet
Famílias deslocadas afetadas pela seca na Etiópia

 

Em Uganda, o encontro de três dias foca em migração, meio ambiente e mudança climática em nível regional e interministerial. A meta é aumentar a conscientização sobre os impactos que a emergência do clima e a degradação ambiental têm sobre a mobilidade humana.

Após quatro estações consecutivas sem chuva, o leste e o Chifre da África já têm milhões de pessoas sendo deslocadas de suas casas por causa do risco de fome. A seca também já causou várias mortes na Somália, na Etiópia, no Quênia e no Djibouti.
Migrantes e comunidades locais competindo por recursos.

O aumento da frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos resultam da emergência do clima que diretamente força as pessoas a migrarem, afetando de forma negativa a vida e existência delas.

Esses movimentos criam novas situações humanitárias colocando pressão sobre os recursos vitais para migrantes, deslocados internos e as comunidades anfitriãs que acabam competindo por recursos.

Ibrahim, de oito meses, que sofre de desnutrição, tem a circunferência do braço medida por um médico em um hospital de Mogadíscio, na Somália
© UNICEF/Omid Fazel
Ibrahim, de oito meses, que sofre de desnutrição, tem a circunferência do braço medida por um médico em um hospital de Mogadíscio, na Somália

 

Para o grupo africano, é fundamental que as negociações da COP27 incluam as prioridades mencionadas pelos 12 Estados Africanos incluindo o de seus jovens.

O diretor-geral da Organização Internacional para Migrações, OIM, António Vitorino, lembra que não é mais aceitável discutir a mudança do clima ou a degradação ambiental sem levar em contar a mobilidade humana.

Resposta urgente e inserção de mobilidade na COP 27

A Conferência em Campala irá pedir uma resposta urgente para os impactos da emergência climática e da mobilidade de seres humanos em todo o continente.

A reunião, que vai até 29 de julho, deve emitir uma declaração final ressaltando a urgência de se incluir a mobilidade humana no contexto da COP27, no Egito.

Mãe e filho passam por gado que morreu pela seca no Quênia.
Foto: © UNICEF/Oloo
Mãe e filho passam por gado que morreu pela seca no Quênia.

 

Alguns dos eventos meteorológicos mais extremos estão sendo sentidos na África. O aumento do nível do mar tem sido mais rápido que outras partes.

Temperaturas anômalas no leste e Chifre do continente como no Monte Quênia, a segunda maior montanha africana, que deve perder ser uma das primeira cadeias de montanhas geleiras por causa da mudança do clima.

Já no Burundi, o aumento do nível das águas no Lago Tanganyika forçou as pessoas a fugir de suas casas, assim como deslizamentos de terra em Uganda e enchentes no Sudão do Sul.