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“Caminhada de Mandela foi de todos”, diz príncipe Harry BR

A Assembleia Geral aprovou o Dia Internacional Nelson Mandela em 2009.
ONU
A Assembleia Geral aprovou o Dia Internacional Nelson Mandela em 2009.

“Caminhada de Mandela foi de todos”, diz príncipe Harry

Assuntos da ONU

O Duque de Sussex fez discurso principal na sessão do Dia Internacional Nelson Mandela realizada na ONU; evento entregou Prêmio Nelson Mandela a ganhadores da Grécia e da Guiné Conacri.

A Assembleia Geral realizou uma sessão informal marcando o Dia Internacional Nelson Mandela.

A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, apresentou a mensagem do secretário-geral ressaltando que Nelson Mandela curou comunidades e foi mentor de gerações. António Guterres considera Madiba “uma bússola moral e referência para todos”.

Fundação 

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Por sua vez, Amina Mohammed contou que pessoalmente foi inspirada pelo líder antiapartheid na busca da sua trajetória na Nigéria. Depois foi impulsionada pela fundação de Mandela dirigida pela viúva Graça Machel.

Mohammed sublinhou ter levado a sério a profunda lição de que “todos nós temos a capacidade e a responsabilidade  de agir. Deste modo, o mundo deve honrar o legado de Nelson Mandela insurgindo-se contra o ódio e defendendo os direitos humanos. Ela disse ainda que deve ser abraçada a humanidade, rica em diversidade, igual em dignidade, unida em solidariedade. 

Em união, Mohamed pediu que se torne o mundo atual mais justo, compassivo, próspero e sustentável para todos.

Para o presidente da Assembleia Geral, Abdulla Shahid, a luta de Madiba contra o apartheid, foi de fato uma luta por um mundo melhor. A aspiração era que a liberdade, a justiça e a dignidade de todos fossem respeitadas.

O líder do órgão destacou que Mandela pediu paz, justiça social, igualdade e compreensão humana ao longo de sua vida. 

Memórias

A intervenção principal foi a do príncipe Harry, o duque de Sussex. Ele esteve acompanhado pela esposa Meghan, a duquesa de Sussex. 

Harry percorreu as memórias e o legado do homenageado abordando ao mesmo tempo as crises múltiplas que o mundo enfrenta em áreas como combate ao racismo, segurança alimentar e clima.

Ele disse que quase uma década depois da morte do ícone sul-africano, recorda que Mandela  ensinou que a caminhada não foi somente dele, mas de todos. Nessa realidade têm direitos, tanto os que passaram como os que veem depois, havendo obrigação de se oferecer tanto, se não mais do que se pode. 

Intervenção principal do evento do Dia de Mandela foi a do príncipe Harry, o duque de Sussex
Foto: UN Photo/Manuel Elias
Intervenção principal do evento do Dia de Mandela foi a do príncipe Harry, o duque de Sussex

 

O duque lembrou a frase de Mandela de que nunca se estremece em meio à obscuridade, destacando que a esperança é o combustível que a coragem precisa. 

Democracias

No evento, Harry disse ainda que num momento em que a geração que não viveu o tempo de Mandela amadurece, o  compromisso da atual é celebrar seu legado e vida todos os dias. 

Ele pediu que seja contado às  crianças as causas de Madiba, o que a humanidade tem em comum e sejam empoderadas as pessoas para que possam reclamar seu espaço em democracias, permitindo que a memória de Mandela ilumine o futuro. 

Harry disse que tendo uma coragem como a do homenageado, os habitantes do planeta devem olhar um para o outro com humanidade e “assim se haverá verdadeiramente um novo dia no horizonte”. 

Prêmio Nelson Mandela

Na ocasião, o Prêmio Nelson Mandela da ONU 2020 foi entregue a Marianna Vardinoyannis da Grécia e  a Morissanda Kouyaté da Guiné Conacri.  

Mensagem do secretário-geral ressalta que Nelson Mandela  é uma bússola moral e referência para todos
ONU/Evan Schneider
Mensagem do secretário-geral ressalta que Nelson Mandela é uma bússola moral e referência para todos

O ministro da Presidência da África do Sul, Mondli Gungubele, declarou que Nelson Mandela não se abalou para fazer face às adversidades e aceitou que o compromisso de seguir com uma batalha era uma obrigação para a vida inteira.

O prefeito de Nova Iorque, Eric Adams, explicou que antes de visitar a cela onde Mandela esteve não sabia se seria quem se tornou no presente. 

Ele citou um dito de Mandela defendendo que nos mais obscuros momentos da vida  não se pode estremecer, ao lembrar que o mundo vive a situação da Covid-19, da guerra e do aumento de casos de crimes que atualmente “prendem em prisões similares a de Robben”.

Adams defendeu como aspectos mais salientes do legado de Mandela a defesa da luta pela liberdade, para que mais pessoas possam usufruir de uma vida saudável, longa e na qual floresçam novas e próximas gerações.