Rússia veta no Conselho de Segurança renovação de resolução sobre ajuda humanitária à Síria BR

O texto redigido por Irlanda e Noruega obteve 13 votos a favor, um veto da Rússia e uma abstenção da China; a proposta era estender por um ano a passagem de auxílio pelo cruzamento de Bab al-Hawa na fronteira da Turquia com a Síria.
O Conselho de Segurança não conseguiu adotar a renovação do mandato da resolução 2585 que prevê a passagem de ajuda humanitária da Turquia para a Síria.
Numa sessão nesta sexta-feira, quando a ONU marca o feriado muçulmano, Eid Al-Adha, os 15 representantes dos países-membros do Conselho se reuniram para deliberar sobre a proposta.
O texto recebeu 13 votos a favor. A China se absteve e a Rússia vetou o documento, que por isso não pôde ser adotado.
O cruzamento de Bab al-Hawa, na fronteira, é o único ponto por onde a ajuda humanitária pode atravessar e chegar aos sírios. Cerca de 2,4 milhões de pessoas dependem da ajuda no noroeste da Síria, numa área controlada pela oposição.
A resolução foi redigida por Irlanda e Noruega. Este mês, o Brasil preside os trabalhos do Conselho.
Um segundo projeto de resolução, apresentado pela Rússia, pedia a renovação por seis meses com a introdução de uma nova resolução em janeiro, mas o documento não teve o apoio suficiente para ser aceito.
Somente a Rússia e a China votaram a favor da proposta. Estados Unidos, Reino Unido e França se opuseram e os 10 membros com assento rotativo no Conselho de Segurança se abstiveram.
Com o impasse, nenhum dos textos foi adiante. Para ser aprovado, um projeto de resolução precisa de nove votos a favor e nenhum veto dos cinco membros permanentes: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
A adoção da resolução é necessária porque a atual autorização para a entrega de ajuda humanitária pelo cruzamento de Bab Al-Hawa termina neste domingo, 10 de julho.
Em maio, a Comissão de Inquérito sobre a Síria alertou sobre a falta de acordo para a renovação do mandato de entrega de ajuda humanitária pelo Conselho de Segurança.
Para o grupo, a falha na adoção seria um “fracasso de primeira ordem”.
Segundo a ONU, existem 14,6 milhões de sírios que estão precisando de ajuda humanitária no país. É o maior número já visto desde o início da guerra em 2011.
Através do cruzamento, pelo menos 2,4 milhões de pessoas são assistidas por mês.