Turismo e consumo interno puxam recuperação em Portugal após Covid BR

Análise do Fundo Monetário Internacional, FMI, publicada no início deste mês, cita melhoras em 2021 após recessão profunda da economia portuguesa induzida pela pandemia e aposta em reformas estruturais.
A economia de Portugal mostra sinais de recuperação por causa do retorno do setor de turismo e da retomada forte de consumo dentro do país, a partir do segundo semestre de 2021.
Um estudo do Fundo Monetário Internacional, FMI, divulgado no início do mês, diz que o Produto Interno Bruto, PIB, de Portugal, superou os níveis antes da pandemia já no primeiro trimestre deste ano.
Um outro fator foi um dos maiores índices globais de vacinação contra a Covid-19, que colocou o país na linha de frente da recuperação econômica da pandemia. Uma política abrangente apoiou o emprego e o crescimento da renda mantendo a estabilidade fiscal mesmo durante a crise da Covid.
O crescimento da economia portuguesa, no primeiro trimestre do ano, estava entre os mais altos da zona do euro. Mas a guerra na Ucrânia deverá impactar este desempenho em 2022-2023.
As ligações diretas de Portugal com a Ucrânia e com a Rússia são limitadas, mesmo assim o país deve sentir o aumento das commodities, as interrupções no fornecimento de bens e alimentos e a queda na confiança do consumidor.
Portugal também deve registrar uma demanda menor do mundo em suas exportações. Uma alta no preço dos combustíveis e dos alimentos por causa da guerra está contribuindo para uma das pressões inflacionárias mais fortes durante uma década em Portugal.
A inflação deverá permanecer alta este ano, mas pode começar a cair em 2023. Em meio a uma incerteza excepcional, as políticas precisam equilibrar as prioridades de curto prazo com objetivos de médio prazo para um crescimento durável e resiliente.
O déficit fiscal encolheu bastante em 2021 e deve melhorar este ano apesar de medidas para aliviar os efeitos econômicos dos altos preços de energia. E um maior apoio fiscal para os lares mais vulneráveis e os negócios mais afetados e ainda viáveis deve ser necessário caso riscos severos se materializem.
O FMI espera que exista chance de poupança pelos portugueses se a economia for melhor do que se espera. E no caso de a recuperação continuar, a consolidação fiscal precisará ser retomada de 2023 para reconstruir um espaço fiscal e abrir caminho para investimentos públicos aliviando o risco de uma grande dívida pública.
As reformas estruturais são fundamentais para destapar o grande potencial de crescimento de Portugal acelerando a convergência de renda com o resto da zona do euro.