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ONU pede acesso humanitário urgente na Ucrânia BR

Família que fugiu de Mariupol chega na estação de trem em Liviv, Ucrânia.
Foto: © UNICEF/Juan Haro
Família que fugiu de Mariupol chega na estação de trem em Liviv, Ucrânia.

ONU pede acesso humanitário urgente na Ucrânia

Paz e segurança

País sofre com violência há quatro meses; 16 milhões de pessoas precisam de ajuda; coordenadora humanitária da ONU no país, Osnat Lubrani, afirma que partes estão “descaradamente ignorando obrigações previstas no direito internacional humanitário e direitos humanos.” 

A coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia, Osnat Lubrani, falou sobre a situação no país nos últimos quatro meses, desde o início dos ataques da Rússia, em 24 de fevereiro. 

Lubrani afirmou que “o nível de sofrimento humano não pode ser explicado com palavras” e que as partes do conflito precisam fazer mais “para proteger os civis e tornar o trabalho possível”. 

Bloqueio humanitário 

Batatas e kits de sementes são distribuídos para pessoas que vivem em uma vila na Ucrânia
© FAO/Oleksandr Mliekov
Batatas e kits de sementes são distribuídos para pessoas que vivem em uma vila na Ucrânia

Atualmente, quase 16 milhões de pessoas na Ucrânia precisam de água potável, comida, serviços de saúde, moradia e proteção.  

Segundo ela, os números estão subestimados, por isso a ONU e seus parceiros estão revisando a situação. 

Em alguns lugares, a insegurança e outros obstáculos impostos impedem a ONU e ONGs de atuarem. Ela citou a falta de acesso a Kherson e Mariupol e a dificuldade na evacuação de civis de Sievierodonetsk. 

O acesso a áreas não controladas pelo governo é extremamente difícil, quase impossível. A coordenadora contou que “as partes neste conflito estão descaradamente ignorando suas obrigações sob o direito internacional humanitário e de direitos humanos”. 

Osnat Lubrani fez um apelo pelo cumprimento de obrigações e proteção aos civis que já sofrem “imensamente por causa da guerra”.  

Ela afirmou que proteger a infraestrutura que é vital bem como fazer acordos urgentes sobre o acesso seguro e desimpedido dos trabalhadores humanitários a todos os lugares onde as pessoas precisam de assistência ou evacuação.  

Agravamento da situação humanitária 

Mulher de 70 anos em apartamento bombardeado e incendiado no centro de Chernihiv, na Ucrânia
© Unicef/Ashley Gilbertson
Mulher de 70 anos em apartamento bombardeado e incendiado no centro de Chernihiv, na Ucrânia

Ela disse que o país já soma mais de 6 milhões de pessoas deslocadas internamente. E cerca de 5 milhões conseguiram retornar a suas casas, mas com a ameaça de terem que fugir de novo. Já o número de refugiados em outros países chegou a mais de 5,3 milhões  

A guerra já fez aproximadamente 5 mil mortos e outros 5 mil feridos. Sem dados conclusivos, Osnat Lubrani também destacou a quantidade de infraestrutura civil destruída, como hospitais, escolas e residências.  

Ações da ONU 

A representante da ONU afirmou que todos os esforços possíveis estão sendo feitos para apoiar “as pessoas cujas vidas foram dilaceradas por causa desta guerra”.  

Ela pediu mais colaboração dos governos russo e ucraniano para permitir o trabalho humanitário. 

Osnat Lubrani afirmou que desde 24 de fevereiro, a ONU e os parceiros humanitários forneceram assistência a quase 9 milhões de pessoas em todas as regiões da Ucrânia.  

Cerca de 2 milhões receberam assistência em dinheiro  

Atualmente, 300 organizações atuam no país, sendo 200 delas ONGs nacionais. A coordenadora humanitária também agradeceu o trabalho de milhares de voluntários, ao setor privado e às organizações locais que apoiaram o trabalho ou forneceram assistência direta.