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ONU pede “investigação vigorosa” sobre morte de migrantes no Texas BR

Migrantes da América Central em uma estação de migração localizada entre o México e o Texas
© UnicefAdriana Zehbrauskas
Migrantes da América Central em uma estação de migração localizada entre o México e o Texas

ONU pede “investigação vigorosa” sobre morte de migrantes no Texas

Migrantes e refugiados

Organização Internacional para Migrações, OIM, a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, lembram que esta não é a primeira tragédia e não será a última; na terça-feira, secretário-geral emitiu nota expressando “profunda tristeza” após corpos terem sido encontrados em caminhão abandonado na cidade de San Antônio, no Texas.

As Nações Unidas pediram a abertura de um “inquérito vigoroso” sobre a morte de pelo menos 50 migrantes encontrados num caminhão abandonado na cidade de San Antônio, no estado americano do Texas.

Em comunicado conjunto a Organização Internacional para Migrações, OIM, e a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, expressaram condolências às famílias das vítimas. Os corpos foram encontrados a 250km da fronteira com o México.

Imagem de arquivo de um grupo de migrantes no norte do México se aproximando da fronteira para entrar nos EUA em uma operação acompanhada por funcionários da OIM
OIM/Alejandro Cartagena
Imagem de arquivo de um grupo de migrantes no norte do México se aproximando da fronteira para entrar nos EUA em uma operação acompanhada por funcionários da OIM

Autoridades do México e dos Estados Unidos

Em nota separada, o secretário-geral António Guterres afirmou que estava “profundamente triste” com a morte dos migrantes e pediu às autoridades do México e dos Estados Unidos que investiguem o caso.

Segundo agências de notícias, os migrantes eram do México, da Guatemala e de Honduras.

OIM e Acnur disseram que os responsáveis têm de ser punidos pelo crime.

A mídia local informou que dentre os sobreviventes estão crianças, que foram hospitalizadas com sinais de exaustão e hipertermia.

Ambas as agências lembraram que essa não foi a primeira tragédia e não será a última à medida que os contrabandistas de seres humanos continuam a alvejar migrantes e outras pessoas vulneráveis em busca de uma vida melhor.

Um menino que foi deportado do Texas com sua família em Chimaltenango, na Guatemala
Unicef/Tanya Bindra
Um menino que foi deportado do Texas com sua família em Chimaltenango, na Guatemala

Quase 3 mil desaparecidos no México desde 2014

Segundo a OIM, quase 3 mil pessoas estão desaparecidas no México ou morreram durante a travessia para os Estados Unidos desde 2014.

A OIM e o Acnur pediram ações concretas para reduzir as mortes nas rotas migratórias.

Chefes de nove agências da ONU e três organizações internacionais conclamaram os governos a salvar vidas e evitar mortes de migrantes ou que eles desapareçam em trânsito.

O grupo diz que a lei internacional tem de ser respeitada incluindo a lei de direitos humanos.

Enclave espanhol de Melilla perto da fronteira com Marrocos
Unsplash/Christelle Hayek
Enclave espanhol de Melilla perto da fronteira com Marrocos

Migração segura, ordenada e regular

O Escritório das Nações Unidas para os Direitos humanos, com sede em Genebra, afirmou que é preciso abraçar uma via para migração segura, ordenada e regular evitando essas tragédias.

Na mesma nota, o Escritório comentou a morte de pelo menos 23 migrantes africanos e de pelo menos 76 feridos quando tentavam entras na Espanha pelo Marrocos, em 24 de julho.

A ONU pediu a ambos os países que iniciem uma investigação para apurar o que ocorreu e responsabilizar os autores.