Economia azul é essencial para pequenos países e populações costeiras BR

Nações insulares em desenvolvimento representam 30% de todos os oceanos e mares e foram destaque em um debate de alto nível durante a Conferência dos Oceanos, em Lisboa; São Tomé e Príncipe, Seychelles e Tuvalu compartilham preocupações com o futuro de suas ilhas.
Os pequenos países insulares em desenvolvimento estiveram no centro de um diálogo de alto nível durante a Conferência dos Oceanos da ONU nesta terça-feira, em Lisboa.
As nações insulares representam 30% de todos os oceanos e mares e dependem fortemente dos recursos marinhos, que fornecem para as suas populações nutrição, emprego, trocas comerciais e lazer.
Com cerca de 40% da população mundial vivendo em áreas costeiras ou zonas próximas, o segundo dia da Conferência dos Oceanos se concentrou em como reforçar as economias baseadas nos oceanos.
Entre os setores que dependem do mar, estão pesca, turismo, energia, setor naval e portuário, além de energias renováveis e biotecnologia marinha.
Participaram do diálogo representantes de países insulares de diversos continentes.
A ONU News entrevistou o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus, Ele falou sobre o desafio de seu país, como pequeno Estado insular em desenvolvimento, com a criminalidade nos mares.
“Estando estrategicamente situado no Golfo da Guiné, uma zona que tem sido fustigada também pela pirataria nos últimos tempos. O problema da insegurança no Golfo da Guiné, nós chamamos a atenção para este pequeno Estado insular, no sentido de nos poderem ajudar a combater esta insegurança.”
Da África para a Oceania: Tuvalu, um dos menores Estados-membros da ONU em dimensão territorial, também marca presença na Conferência dos Oceanos.
Em conversa com a ONU News, o secretário de governo, Tapugao Falefou, deu o seu próprio testemunho sobre os impactos da mudança climática para o arquipélago da Polinésia.
O representante do governo de Tuvalu explicou que seu país enfrenta “grande erosão costeira, secas cada vez mais frequentes e áreas terrestres sendo inundadas pela água do mar”. Segundo Falefou, isso não acontecia há 20 anos.
O diálogo de alto nível teve no painel o ex-presidente de Seychelles, país insular no Oceano Índico. Danny Faure declarou à ONU News ser importante que as pequenas ilhas “tenham um lugar na mesa de negociação”.
O ex-presidente das Seychelles destacou a importância da economia azul e fez um apelo à comunidade internacional para que continue apoiando os pequenos Estados insulares. Segundo Faure, os investimentos aparecem, porém de forma muito lenta.
O Banco Mundial define a economia azul como “o uso sustentável dos recursos do oceano para crescimento econômico, melhorias dos meios de subsistência e de empregos, ao mesmo tempo em que se preserva a saúde do ecossistema oceânico.
As populações que vivem em zonas costeiras contribuem de forma significativa para a economia global, com cerca de US$ 1,5 trilhão por ano, sendo que existem estimativas de que o volume suba para US$ 3 trilhões até 2030.
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