FAO pede US$ 172 milhões para evitar catástrofe humanitária e fome na África
Plano de Resposta Rápida e Mitigação terá quatro prioridades: Djibouti, Etiópia, Quênia e Somália; novo cronograma irá de junho a dezembro deste ano.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, está pedindo US$ 172 milhões para socorrer quatro países do Chifre da África de uma tragédia humanitária com crise de fome.
O apelo da FAO é parte da revisão do Plano de Resposta Rápida e Mitigação para Djibouti, Etiópia, Quênia e Somália.
Catástrofe maior
Com o aumento do risco de fome no Chifre da África por causa de uma seca severa e longa, a ajuda deverá evitar uma catástrofe maior, segundo a FAO.
Com o ápice da crise se aproximando, a agência estendeu o cronograma de junho a dezembro deste ano.
A meta é evitar uma deterioração nas condições de segurança alimentar, salvando subsistências, plantações e a vida de quase 5 milhões de pessoas nas áreas rurais desses quatro países.
O apelo total da FAO é de US$ 219 milhões. Até o momento, a agência já conseguiu US$ 47 milhões com uma brecha de US$ 172 milhões.
Recuperação da infraestrutura
Os fundos recebidos devem fornecer assistência imediata por transferência de dinheiro vivo e pacotes de alívio incluindo para a saúde animal e recuperação de infraestrutura.
O plano deve socorrer 700 mil pessoas num primeiro momento alcançando milhões quando estiver totalmente financiado.
O diretor da FAO para Emergência e Resiliência, Rein Paulsen, disse que a agricultura assimilou 80% do impacto das secas e que o setor continua sendo enormemente subfinanciado.
Com a seca foram danificados a produção de alimentos, os pastos e os mercados. A morte de pessoas e de animais em massa é um outro efeito da seca prolongada.
Com a falta de comida nos campos, muitos tendem a migrar para as cidades, o que provoca mais pressão sobre as áreas urbanas e a produção de alimentos.
Somália e Quênia
A falta d’água também gera conflitos entre pastores de rebanhos e comunidades locais.
Até o início de maio, a estação de chuvas para 2022 apresentava problemas com uma estiagem sem precedentes pelo quarto ano consecutivo.
O Chifre da África já estava enfrentando insegurança alimentar antes disso com uma estimativa de 16,7 milhões de pessoas em crise nos piores níveis de insegurança alimentar.
Somente no Quênia, 4,1 milhões de pessoas podem estar sofrendo com insegurança alimentar neste momento, 600 mil a mais que a previsão do início do ano.
O caso mais grave é o da Somália com 7,1 milhões, quase metade da população.